AMD aceita taxa de 15% para exportar chips de IA à China e garante presença no mercado

AMD está pronta para arcar com custos extras para manter sua presença no maior mercado de tecnologia do mundo, afirma Lisa Su.

05/12/2025 21:20

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Logótipo da AMD em branco sobre fundo preto, com o nome da empre...

AMD Aceita Taxa de Exportação para Manter Presença na China

A AMD está disposta a arcar com custos adicionais para manter sua atuação no maior mercado de tecnologia do mundo. Durante um evento da revista Wired em San Francisco, a CEO Lisa Su anunciou que a empresa possui autorizações para vender versões específicas de seus aceleradores de IA na China e está pronta para pagar a nova taxa de 15% imposta pelo governo dos Estados Unidos sobre essas exportações.

A taxa foi estabelecida após a administração do ex-presidente Donald Trump firmar um acordo com a AMD e a Nvidia, permitindo a retomada parcial das exportações de chips para a China, desde que as empresas assumissem esse novo encargo.

Desafios Legais e Estratégicos

Especialistas em direito constitucional questionaram a legalidade da cobrança, argumentando que ela pode conflitar com a proibição de impostos sobre exportações prevista na Constituição dos EUA. Apesar das controvérsias, Lisa Su afirmou que a AMD está disposta a cumprir as exigências para manter acesso a um mercado estratégico.

O envio de produtos para a China é permitido apenas para versões que atendam às novas restrições de exportação. Nesse cenário, a AMD desenvolveu o MI308, uma versão reduzida do MI300X, projetada para se adequar aos limites impostos por Washington. O MI308, assim como o H20 da Nvidia, foi incluído em uma lista de produtos sob controle mais rigoroso devido ao seu potencial uso em aplicações avançadas de IA.

Reação da China e Implicações para o Mercado

A resposta da China ao movimento dos EUA incluiu um pedido ao governo americano para que adote medidas que favoreçam a estabilidade das cadeias globais de suprimentos. Além disso, Pequim implementou uma diretriz que exige que centros de dados financiados pelo Estado utilizem apenas chips de IA nacionais, aumentando a pressão sobre fornecedores estrangeiros e buscando acelerar a autonomia tecnológica do país.

Esse cenário apresenta desafios para empresas como AMD, Nvidia e Intel, que enfrentam um ambiente de negócios complicado. Embora a China seja um dos principais mercados para chips de alto desempenho, as restrições dos EUA e as políticas chinesas estão limitando cada vez mais as oportunidades de atuação. A AMD, no entanto, acredita que é crucial manter alguma presença no país, mesmo que as vendas sejam restritas a produtos como o MI308.

Perspectivas Futuras para a AMD

A decisão da AMD de aceitar a taxa de exportação reflete uma mudança estratégica entre os fabricantes de semicondutores. Com a crescente demanda global por aceleradores de IA, especialmente para treinar modelos generativos, os Estados Unidos buscam controlar a disseminação de tecnologias sensíveis. As empresas, por sua vez, tentam equilibrar a conformidade regulatória com a pressão dos investidores por crescimento.

Para Lisa Su, o MI308 representa uma alternativa viável para manter operações na China sem infringir as regras estabelecidas por Washington. Contudo, a exigência de utilizar chips domésticos em projetos financiados pelo Estado deve limitar o alcance comercial dessas versões adaptadas, acelerando a substituição de fornecedores americanos por fabricantes locais.

Fonte por: It Forum

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