Antigo diretor executivo da Intel propõe estratégia ousada para reerguer a corporação
A estratégia deve ser conforme o desejo do presidente americano que busca a reindustrialização dos Estados Unidos.

Craig Barrett, ex-CEO e presidente do conselho da Intel, propôs um plano claro e ambicioso para reverter a situação da empresa. Consequentemente, essa ideia também garantiria a capacidade dos Estados Unidos de produzir chips de última geração. Isso gerou tensões entre Lip-Bu Tan e Frank Yeary.
Sem financiamento imediato, a empresa arrisca perder um terreno fundamental para concorrentes internacionais. A situação é inédita, considerando que a Intel é essencial para as metas atuais dos Estados Unidos no setor de semicondutores.
Ele também ressaltou que a liderança na fabricação de chips demanda investimentos significativos, antecipadamente em relação à demanda.
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A mensagem é clara e definitiva.
O plano foi divulgado em artigo na Fortune, onde Barrett defendeu que a Intel permanece a única empresa americana que pode se equipar à TSMC de Taiwan em termos de inovação. Contudo, a empresa enfrenta dificuldades de capital para expandir e atualizar sua produção.
Também ressalta que o financiamento governamental do CHIPS Act é inadequado para suprir a diferença, e defende que a fonte mais viável de recursos são os próprios clientes da Intel. Assim, propôs que os oito maiores clientes da Intel, entre eles Apple, Google e NVIDIA, contribuam cada um com US$ 5 bilhões.
Em contrapartida, a Intel obteria suprimento interno assegurado e influência sobre os preços em comparação com os concorrentes asiáticos.
Barrett reiterou que a TSMC e a Samsung não têm intenção de transferir suas produções mais avançadas para os Estados Unidos, o que acarreta riscos de longo prazo para as empresas de tecnologia americanas que dependem de componentes eletrônicos importados.
Pilares da estratégia
O plano de Barrett se fundamenta em dois aspectos principais: o investimento direto em tecnologias essenciais, incluindo EUV de alta NA, e o suporte de energia na cadeia de produção, juntamente com a possibilidade de tarifas nos Estados Unidos sobre semicondutores avançados importados, visando impulsionar a demanda interna.
Ele também recusou as solicitações de separar a Intel em unidades distintas de projeto e produção, sustentando que a questão primordial reside no capital, e não na organização.
A proposta surge em um momento em que a Intel enfrenta instabilidades políticas. O presidente Donald Trump, inclusive, solicitou publicamente a demissão de Tan devido a alegados vínculos com a China. Os dois se encontraram na Casa Branca para resolver a questão.
O executivo não mencionou o tema diretamente, mas apresentou sua proposta como crucial para a segurança nacional e a estabilidade da cadeia de suprimentos. Dessa forma, busca torná-la atraente para as demais empresas e para o governo de Donald Trump.
Conflitos internos.
A iniciativa surge em um cenário onde a Intel enfrenta desafios consideráveis e conflitos internos. Com o CEO Lip-Bu Tan, indicado em março de 2025, a empresa tem realizado cortes de diversas milhas de funcionários e cancelado projetos de grande porte, em meio a resultados negativos expressivos.
Em 2024, foram registrados US$ 18,8 bilhões em perdas e outros US$ 2,9 bilhões em perdas no segundo trimestre de 2025.
A empresa também supostamente enfrentou sérios problemas de desempenho em seu processo de fabricação de 18A, o que causou atrasos em produtos-chave e impulsionou uma transição gradual para o modelo 14A.
Barrett criticou a hesitação da liderança atual em investir na linha 14A sem acordos prévios com clientes, considerando a postura como “ridícula”. Ele alertou que a Intel corre o risco de perder uma posição de destaque.
Fonte.
Vazam apresenta configurações da linha Nova Lake para dispositivos móveis: até 28 núcleos para notebooks.
Fonte por: Adrenaline