Desafios da Black Friday para a Segurança Digital
A Black Friday se transformou em um grande teste para a infraestrutura digital das empresas brasileiras. Durante esse período, o volume de acessos e transações aumenta significativamente, assim como as tentativas de fraudes e invasões. Esse fenômeno não é apenas um evento comercial, mas reflete o nível de maturidade cibernética do país.
Os incidentes que ocorrem nesse período revelam não apenas o oportunismo criminoso, mas também a fragilidade das arquiteturas digitais e a falta de políticas de segurança robustas. Muitas empresas focam em campanhas e estratégias de marketing, mas negligenciam a preparação para possíveis ataques cibernéticos. Quando o tráfego aumenta, a vulnerabilidade dos sistemas se torna evidente.
A Importância do Modelo Zero Trust
O aumento de golpes de phishing e acessos indevidos é uma realidade previsível, mas, mesmo assim, as equipes de TI frequentemente são surpreendidas. Isso demonstra que a segurança ainda é vista como um departamento isolado, e não como uma cultura organizacional. Empresas maduras reconhecem que a cibersegurança deve integrar tecnologia, processos e pessoas, e adotam o modelo Zero Trust para proteger seus sistemas.
O modelo Zero Trust é uma resposta necessária a um ambiente digital em constante mudança. Com colaboradores trabalhando remotamente e aplicações dispersas, confiar em perímetros fixos é arriscado. A proteção deve ser baseada em identidade, contexto e comportamento, utilizando autenticação multifatorial e monitoramento contínuo para evitar que invasores utilizem credenciais legítimas.
A Integração entre Segurança e Negócios
A Black Friday também destaca a desconexão entre as áreas de segurança e as operações comerciais. Quando a cibersegurança é vista como um obstáculo, perde-se a oportunidade de tomar decisões informadas sobre infraestrutura. A maturidade digital exige a eliminação dessas barreiras, pois segurança e negócios são interdependentes.
O impacto de um incidente vai além da indisponibilidade de serviços; vazamentos de dados e fraudes financeiras podem resultar em prejuízos significativos, incluindo danos à reputação e à confiança dos clientes. Em um mundo conectado, a credibilidade se torna um ativo valioso, e uma falha na proteção pode levar a perdas irreparáveis.
Construindo uma Cultura de Segurança ao Longo do Ano
O ciclo anual de ataques durante a Black Friday oferece um aprendizado importante: a segurança não deve ser improvisada, mas sim construída ao longo do ano. Isso envolve a definição de políticas claras, revisões constantes, testes de invasão e capacitação dos usuários. O fator humano continua sendo o mais vulnerável, e nenhuma tecnologia pode substituir a necessidade de treinamento adequado.
Em última análise, a Black Friday serve como um diagnóstico coletivo para as empresas. Ela revela as vulnerabilidades que o dia a dia pode ocultar e distingue aquelas que veem a segurança como um custo daquelas que a consideram um valor estratégico. O período de maior consumo é também o de maior exposição, e as empresas que conseguem manter a estabilidade e a confiança não apenas alcançam bons resultados comerciais, mas também demonstram sua maturidade digital.
Fonte por: It Forum
