Brasil: Epicentro dos Ataques Cibernéticos na América Latina
O Brasil continua a ser o principal alvo de ataques cibernéticos relacionados a trojans bancários na América Latina, representando alarmantes 80% das detecções na região. Um estudo da Kaspersky, apresentado no Panorama de Ameaças 2024-2025, revelou que o país bloqueou 1,5 milhão de ataques entre agosto de 2024 e junho de 2025, resultando em uma média de 4.109 tentativas de invasão por dia. Além de ser o maior alvo, o Brasil também se destaca como o maior produtor de trojans bancários, especialmente aqueles direcionados a dispositivos móveis.
A Transformação da Ameaça: De PCs para Dispositivos Móveis
A migração dos ataques de trojans bancários para dispositivos móveis representa um desafio crescente para a segurança digital. Em 2024, a Kaspersky identificou uma única família de trojan bancário para Android, mas em 2025 esse número triplicou, com três famílias ativas: Trojan-Banker.AndroidOS.Agent, Trojan-Banker.AndroidOS.Mamont e Trojan-Banker.AndroidOS.Creduz. Essa mudança se deve ao aumento do uso de celulares para transações financeiras, tornando-os alvos atrativos para os cibercriminosos.
As técnicas utilizadas pelos hackers estão se tornando cada vez mais sofisticadas, incluindo ataques automatizados de Sistema de Transferência Automatizada (ATS) e o uso de Ferramentas de Administração Remota (RAT). Essas ferramentas permitem que os criminosos acessem contas bancárias sem que a vítima perceba, aumentando a necessidade de proteção eficaz.
A Liderança do Brasil no Cibercrime Financeiro
O Brasil se destaca não apenas pelo volume de ataques, mas também pela sua posição como líder na criação de trojans bancários. O país é responsável por quase metade das 22 famílias de trojans detectadas na América Latina, com ênfase nas ameaças direcionadas ao sistema Windows, como Trojan-Banker.Win32.ChePro, Trojan-Banker.Win32.BestaFera e Trojan-Banker.Win32.Banbra.
Embora o número total de detecções de trojans bancários na América Latina tenha caído 45,5% no último ano, o Brasil permanece no centro do problema. Essa diminuição reflete uma mudança no comportamento dos usuários, que estão reduzindo o uso de internet banking em desktops, mas o foco crescente em dispositivos móveis indica que as ameaças continuam a evoluir.
A Evolução das Ameaças Móveis e o Impacto na Segurança Digital
Os criminosos digitais brasileiros estão se tornando cada vez mais inovadores. As táticas sofisticadas, como os ataques ATS, permitem o roubo de fundos diretamente do dispositivo da vítima sem autorização. Isso representa uma ameaça crescente à segurança financeira de milhões de brasileiros que utilizam celulares para gerenciar suas finanças.
Os ataques utilizando Ferramentas de Administração Remota (RAT) são uma das maiores preocupações, pois permitem que os cibercriminosos assumam o controle total do dispositivo, manipulando aplicativos bancários sem o conhecimento do usuário. Essa situação evidencia a vulnerabilidade dos usuários em relação a essas ameaças.
Como se Proteger dos Trojans Bancários?
Apesar do Brasil ser um epicentro dos trojans bancários, existem várias estratégias para mitigar os riscos. A principal recomendação é manter os sistemas operacionais e aplicativos atualizados, especialmente em dispositivos móveis. A instalação de antivírus e ferramentas de segurança confiáveis é essencial para identificar e bloquear ameaças antes que causem danos.
Além disso, é fundamental ter um comportamento consciente ao acessar plataformas bancárias e realizar transações financeiras, evitando redes Wi-Fi públicas. A conscientização sobre a evolução das ameaças e a busca por aprimoramento nas práticas de segurança cibernética são cruciais para evitar se tornar uma vítima dos cibercriminosos.
Com a crescente sofisticação dos ataques e a evolução dos trojans bancários para dispositivos móveis, o Brasil se mantém como líder na detecção e desenvolvimento dessas ameaças na América Latina. Embora o número de ataques tenha mostrado uma redução, a ameaça continua a se transformar, desafiando as estratégias de segurança digital. A adaptação dos cibercriminosos e a dependência dos brasileiros em dispositivos móveis para transações financeiras tornam a cibersegurança mais importante do que nunca.
Fonte por: Its Show