Brasil implementa normas ISO para IoT e avança na criação de hub nacional de data spaces

Brasil implementa normas ISO para IoT e estabelece hub nacional de data spaces, fortalecendo segurança e governança de dados.

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IoT: Engenheiro testando placas eletrônicas de IoT em laboratório, com servidores e equipamentos de rede ao fundo, simbolizando desenvolvimento e integração de dispositivos conectados.

IoT: Engenheiro testando placas eletrônicas de IoT em laboratório, com servidores e equipamentos de rede ao fundo, simbolizando desenvolvimento e integração de dispositivos conectados.

Avanços na Padronização da Internet das Coisas no Brasil

A Associação Brasileira de Internet das Coisas (ABINC) anunciou que dois padrões ISO voltados para a Internet das Coisas (IoT) serão finalizados e publicados até 2025. Além disso, a entidade está desenvolvendo uma norma específica para segurança em IoT, com previsão de conclusão para 2026. O Brasil também se destaca como um hub nacional de data spaces, em colaboração com a Gaia-X e a International Data Spaces Association (IDSA), promovendo um ecossistema estruturado para o compartilhamento e monetização de dados.

Padronização da IoT Brasileira

Nos últimos anos, a expansão de sensores e dispositivos conectados no Brasil gerou a necessidade de padrões que assegurem interoperabilidade, segurança e governança. Atualmente, diferentes fornecedores e setores utilizam modelos variados de dados e comunicação, o que dificulta a escalabilidade e aumenta os riscos.

Segundo Paulo Spacca, presidente da ABINC, as normas ISO estão sendo adaptadas à realidade brasileira, levando em conta a infraestrutura, a maturidade tecnológica e a legislação do país. Esse processo vai além da tradução, envolvendo uma interpretação técnica que reflete cenários reais de uso.

A nova norma de segurança, prevista para 2026, abordará aspectos como:

Esse movimento é crucial em um contexto de aumento de ataques cibernéticos, onde a falta de padrões pode comprometer a continuidade operacional.

Estruturação por Setores e Eixos Transversais

A ABINC está organizada em seis comitês verticais, que incluem:

Esses comitês são apoiados por três eixos transversais: segurança, conectividade e inteligência artificial e dados. O objetivo é garantir que os padrões sejam aplicáveis em diversos setores, promovendo um alinhamento nacional.

Em 2025, a ABINC também deve focar no desenvolvimento de normas para gêmeos digitais, tecnologia que replica sistemas físicos em ambientes virtuais. Um comitê exclusivo será criado para definir padrões e diretrizes nesse campo.

Brasil como Hub de Data Spaces

A ABINC coordena o hub brasileiro de data spaces, alinhado ao ecossistema europeu da Gaia-X e ao IDSA. A proposta é permitir que empresas compartilhem dados de forma segura e governável, preservando a privacidade e estabelecendo regras claras de uso.

Esse modelo possibilita:

A assinatura do acordo entre ABINC e Gaia-X, realizada em 28 de outubro de 2025, posiciona o Brasil como um polo de integração na arquitetura de dados distribuídos na América Latina.

Perspectivas Futuras

As iniciativas da ABINC ocorrem em um momento em que diversos países buscam definir as regras do ambiente digital. A padronização, segurança e governança de dados são fundamentais para atrair investimentos e estruturar cadeias produtivas conectadas.

Para os profissionais de TI, a mensagem é clara: o futuro da IoT e da economia digital no Brasil dependerá da interoperabilidade e da colaboração entre setores, em vez de soluções isoladas.

Com normas em desenvolvimento e um hub de dados em formação, o Brasil se prepara para se tornar uma referência na economia conectada global.

Fonte por: Its Show

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