Brasil pode superar déficit profissional de TI com requalificação e ensino básico

Formação em TI no Brasil enfrenta desafios, mesmo com avanço tecnológico; Brasscom aponta lacunas na qualificação pós-pandemia.

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Desafios na Formação de Talentos em Tecnologia no Brasil

A formação de profissionais em tecnologia da informação (TI) no Brasil enfrenta sérios desafios, especialmente após a pandemia. O relatório da Brasscom, intitulado “Perspectivas do Mercado de Trabalho do Macrossetor TIC – 2025″, aponta um descompasso de 30,2% entre a oferta e a demanda de profissionais qualificados. Entre 2019 e 2024, o setor precisou de 665 mil novos talentos, mas apenas 464 mil foram formados.

O problema não se limita à quantidade de formados, mas também à adequação da formação às exigências do mercado. Existe uma discrepância entre o que é ensinado nas instituições de ensino e as habilidades técnicas e comportamentais que as empresas realmente necessitam. Além disso, a escassez de vagas de entrada e o crescimento da informalidade dificultam a inserção de novos profissionais, enquanto barreiras regulatórias complicam a contratação de estagiários e aprendizes.

Impactos da Inteligência Artificial e da Digitalização

A crescente adoção da inteligência artificial generativa está transformando funções e aumentando a demanda por habilidades como pensamento crítico e criatividade. Contudo, essas competências ainda não estão plenamente integradas na formação tradicional. O resultado é um mercado em evolução que não encontra profissionais capacitados na mesma velocidade.

Esse cenário impacta não apenas o setor de tecnologia, mas todas as empresas, que hoje são influenciadas por automação e dados. A falta de profissionais qualificados resulta em perda de competitividade e inovação, afetando a produtividade do país. O mercado de tecnologia movimentou mais de R$ 760 bilhões em 2024, representando 6,5% do PIB, e até 2028, espera-se um investimento de R$ 774 bilhões em tecnologias digitais.

Mobilização e Exemplos de Sucesso Internacional

A solução para o déficit de talentos requer a mobilização de diversos atores, incluindo governos, instituições de ensino e empresas. O Fórum Econômico Mundial prevê que 60% da força de trabalho global precisará ser requalificada até 2027. Portanto, é essencial que as áreas de treinamento nas empresas se tornem motores de inovação e retenção de talentos.

Países como Coreia do Sul e Singapura já implementaram iniciativas eficazes, como a inclusão de codificação nas escolas e programas de aceleração de habilidades digitais. A França capacita professores com plataformas digitais, enquanto a Suíça oferece formação técnica contínua em novas tecnologias. Essas experiências podem servir de modelo para o Brasil, que precisa investir em formação prática e conexão entre educação e mercado de trabalho.

Conclusão: A Necessidade de Ação Imediata

No Brasil, o Plano Brasil Digital 2030+, liderado pela Brasscom, representa uma oportunidade para alinhar esforços em direção a uma transformação digital inclusiva e sustentável. Para que essa iniciativa seja eficaz, é fundamental que se concretize em programas práticos de formação e empregabilidade que conectem educação, setor produtivo e sociedade.

O déficit de talentos em tecnologia é um risco à competitividade do Brasil no cenário global. A capacitação em tecnologia é uma necessidade estratégica e, portanto, requalificar profissionais e atualizar continuamente suas competências é essencial para o futuro das empresas e do país, que possui potencial para se tornar um exportador de talentos tecnológicos.

Fonte por: It Forum

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