Brasil responde por 50% dos ataques de ransomware na América Latina, revela Kaspersky
Relatório da Kaspersky revela que o Brasil é responsável por 50% dos ataques de ransomware na América Latina e lidera em cibersegurança em 2025.

Brasil lidera em ataques de ransomware na América Latina
Em 2025, o Brasil se destacou como o país mais afetado por ataques de ransomware na América Latina, conforme um levantamento da Kaspersky. Entre agosto de 2024 e junho de 2025, foram bloqueadas 549 mil tentativas de ataque, representando 50% de todos os incidentes na região.
O relatório indica um aumento de 12% em relação ao período anterior, com uma média de 1.664 ataques diários, ou seja, um ataque a cada 52 segundos. O México ficou em segundo lugar com 237 mil tentativas, seguido pelo Chile com 43 mil e o Equador com 37 mil. No total, a América Latina registrou cerca de 1,1 milhão de incidentes de ransomware no período analisado.
Aumento da complexidade e da frequência dos ataques
Os dados fazem parte do Panorama de Ameaças 2025, um relatório anual da Kaspersky que examina as tendências de cibersegurança global. O Brasil continua sendo o principal alvo de operações cibercriminosas devido ao grande volume de dados corporativos e financeiros, à alta digitalização da economia e ao elevado nível de conectividade.
A rápida transformação digital, combinada com investimentos insuficientes em segurança, cria um ambiente favorável ao crescimento das ameaças. O estudo revela que grupos criminosos estão aprimorando suas técnicas com o uso de inteligência artificial e engenharia social, aumentando a eficácia dos ataques.
O ransomware permanece como um dos crimes digitais mais lucrativos e sofisticados, onde invasores sequestram dados de empresas e órgãos públicos, exigindo resgates para a liberação das informações. O uso crescente de IA generativa e automação de processos tem tornado as campanhas mais rápidas e precisas, ampliando o número de vítimas.
Setor corporativo é o principal alvo
O relatório destaca que empresas de médio e grande porte são as mais visadas pelos ataques. Organizações com seguros contra ciberataques são consideradas alvos prioritários, pois os criminosos acreditam que há maior probabilidade de pagamento.
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) também influencia a postura das empresas frente aos ataques. O temor de penalidades ou danos à reputação leva muitas instituições a adotarem medidas imediatas para resolver incidentes, o que pode favorecer a lógica de extorsão dos grupos criminosos.
Operações policiais reduzem casos em outros países
Enquanto o Brasil viu um aumento nos ataques, outros países da América Latina registraram uma queda média de 7% nos incidentes. Essa redução é atribuída a ações coordenadas de forças policiais internacionais, que resultaram na prisão de membros do grupo Phobos, uma das quadrilhas mais ativas da região.
Mais de 100 servidores utilizados nas campanhas foram desativados, interrompendo temporariamente as operações do grupo, que era responsável por uma parte significativa dos ataques na América Latina, focando em pequenas e médias empresas.
Apesar da desarticulação de algumas redes criminosas, o cenário regional continua crítico, com estimativas de mais de 3 mil ataques diários em toda a América Latina, mantendo o ransomware como a principal ameaça digital atual.
Brasil se consolida como foco global
A presença de instituições financeiras, órgãos públicos e grandes corporações torna o Brasil um dos alvos mais atrativos para criminosos digitais. O país ocupa uma posição de destaque no ranking mundial de ransomware e é considerado um dos principais centros de cibercriminalidade e armazenamento de dados estratégicos na região.
O relatório também alerta que a inteligência artificial está sendo utilizada não apenas para defesa, mas também para potencializar os ataques, com a criação automatizada de códigos maliciosos e tentativas de invasão em larga escala.
Essas transformações tornam o cenário ainda mais desafiador para empresas e órgãos públicos, que precisam equilibrar a inovação digital com medidas preventivas e políticas robustas de segurança da informação.
Reforço na prevenção e conscientização
Para conter o avanço dos ataques, o relatório recomenda a adoção de medidas básicas de segurança, como autenticação multifator, backups regulares, atualizações automáticas de sistemas e políticas de acesso segmentado.
A Kaspersky enfatiza a importância de treinamentos de conscientização digital para colaboradores e planos de resposta a incidentes que permitam uma ação rápida em caso de violação.
O documento reforça que a cibersegurança deve ser uma prioridade estratégica nas organizações e nas políticas públicas, com investimentos consistentes em proteção de dados e infraestrutura tecnológica.
Fonte por: Its Show