Brasil se destaca em retorno de IA e avança na automação inteligente

Empresas brasileiras avançam na adoção de inteligência artificial, impactando diretamente seus resultados financeiros, aponta estudo da SAP e Oxford Economics.

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Para Rui Botelho, presidente da SAP Brasil, aplicações corporativas passarão a alimentar a inteligência artificial (computadores)

Para Rui Botelho, presidente da SAP Brasil, aplicações corporativas passarão a alimentar a inteligência artificial (computadores)

Empresas Brasileiras e a Adoção de Inteligência Artificial

As empresas no Brasil estão entrando em uma nova fase na adoção de inteligência artificial (IA), onde a tecnologia começa a impactar diretamente os resultados financeiros. Um estudo intitulado “Value of AI”, realizado pela SAP em parceria com a Oxford Economics, revela que empresas de médio e grande porte no país já apresentam um retorno médio de 16% sobre os investimentos em IA.

Esse retorno deve quase dobrar nos próximos dois anos, atingindo um ROI de 31%, mesmo com investimentos ainda inferiores aos de potências como Estados Unidos e China. O Brasil, no entanto, se destaca pela eficiência, gerando mais valor proporcionalmente do que mercados mais desenvolvidos e projetando acelerar a aplicação da tecnologia em processos críticos.

O Impacto da IA nas Empresas

Durante a apresentação do estudo, o presidente da SAP Brasil, Rui Botelho, destacou que a IA já superou a fase de experimentação e se tornou parte essencial da estratégia corporativa. Ele enfatizou que a questão atual não é mais se a IA funciona, mas como as empresas podem se preparar para expandir seu uso.

De acordo com Botelho, o avanço da IA não se limita a projetos isolados. O levantamento aponta que 23% das tarefas corporativas no Brasil já utilizam algum suporte de IA, com a expectativa de que esse número chegue a 40% até 2027. Essa evolução demonstra uma crescente maturidade no uso da tecnologia, com quase 70% das empresas percebendo ganhos em produtividade, tomada de decisão e gestão de risco, superando a média global.

O estudo também indica uma transição para agentes autônomos de IA, que prometem reconfigurar operações. Esses sistemas são capazes de planejar, agir e executar processos complexos com mínima intervenção humana, o que representa uma mudança significativa na forma como as empresas operam.

Desafios na Preparação para a IA

Apesar do otimismo, a preparação organizacional continua sendo um grande desafio. Apenas 1% das empresas brasileiras se considera totalmente pronta para operar a IA em larga escala. Os principais obstáculos incluem a baixa confiança na qualidade e integração dos dados internos, dificuldades em combinar dados externos e preocupações com o uso de shadow AI, que são aplicações utilizadas fora do controle corporativo.

Segundo Botelho, 66% dos executivos afirmam que o uso de ferramentas paralelas já é comum. Ele ressalta que, sem dados consistentes e conectados, não há agente de IA que funcione de maneira eficaz. A falta de capacitação e a necessidade de redesenho dos processos internos também são barreiras significativas.

Perspectivas Futuras para a IA no Brasil

Apesar dos desafios, o Brasil se destaca como um dos países mais otimistas e rápidos na ampliação de investimentos em IA. As empresas brasileiras planejam aumentar seus investimentos em 36% nos próximos anos, um ritmo semelhante ao de mercados como Alemanha e Reino Unido. Esse movimento indica a consolidação da IA como um vetor de eficiência e competitividade, especialmente em um cenário onde as decisões de negócios dependem cada vez mais da qualidade dos dados.

Além disso, 78% das empresas acreditam que terão resultados positivos com a IA em um futuro próximo, reforçando a expectativa de ganhos sistêmicos. Botelho enfatiza que, embora haja vontade nas organizações brasileiras, o desafio reside na infraestrutura necessária para absorver a velocidade das mudanças. O Brasil se posiciona como um mercado receptivo e com grande potencial para avanços tecnológicos, onde a competição não será apenas pela adoção da IA, mas pela capacidade de integrá-la em estruturas modernas e orientadas por dados.

Fonte por: It Forum

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