China está “nanosegundos atrás” dos EUA na corrida quântica, alerta Nobel
John Martinis alerta EUA sobre avanço tecnológico da China em computação quântica em entrevista ao Times of India.
Avanço da China em Computação Quântica Preocupa Especialistas
O físico John Martinis, ganhador do Prêmio Nobel e ex-líder de computação quântica do Google, alertou o governo dos Estados Unidos sobre o crescimento acelerado da China nesse setor. Em uma entrevista ao Times of India, Martinis destacou que a diferença tecnológica entre os dois países, antes medida em anos, agora é de apenas “nanosegundos”.
Essa avaliação ecoa preocupações já expressas por líderes da indústria, como Jensen Huang, CEO da Nvidia, que afirmou que a China está em uma posição competitiva semelhante na corrida da inteligência artificial.
Martinis, que desempenhou um papel crucial no experimento de “supremacia quântica” do Google em 2019, observou que os pesquisadores chineses têm respondido rapidamente a cada avanço técnico divulgado no Ocidente. Ele acredita que a capacidade dos laboratórios chineses de replicar e, em alguns casos, superar os resultados das equipes americanas demonstra uma competição mais acirrada do que se pensava anteriormente.
De acordo com Martinis, ainda existe uma corrida ativa entre Estados Unidos, Europa e China para desenvolver computadores quânticos com aplicações práticas, algo que ele considera possível em um prazo de cinco a dez anos. Essa tecnologia tem o potencial de resolver problemas complexos que são impossíveis para máquinas tradicionais, como cálculos químicos avançados e otimizações industriais.
Disputa Estratégica entre EUA e China
O alerta de Martinis surge pouco depois de Huang, da Nvidia, afirmar que a China está “nanosegundos atrás” dos EUA na corrida da inteligência artificial. Huang enfatizou que a única maneira de os EUA manterem sua liderança é “correr ainda mais rápido”. Ele também destacou a importância de as empresas americanas continuarem a se engajar com o ecossistema chinês, apesar das tensões geopolíticas, para não perderem acesso a desenvolvedores que representam metade da base global.
Martinis revelou que discutiu suas preocupações diretamente com representantes da Casa Branca em uma visita recente. Ele observou que, embora o governo americano tenha inicialmente focado na inteligência artificial nas disputas tecnológicas com a China, a computação quântica agora também está recebendo atenção.
O pesquisador argumenta que, assim como na inteligência artificial, os avanços em computação quântica têm implicações estratégicas, militares, econômicas e científicas, exigindo atenção imediata dos formuladores de políticas.
Agilidade Chinesa em Pesquisa Impressiona
Martinis também mencionou que a rapidez das equipes chinesas em produzir artigos e protótipos comparáveis aos esforços ocidentais surpreendeu a comunidade científica. Avanços que antes levavam anos para serem alcançados agora aparecem em questão de meses. Para ele, isso demonstra um sólido acúmulo de conhecimento e infraestrutura na China, além de investimentos contínuos e coordenados pelo governo de Pequim.
Relatórios independentes indicam que a China tem acelerado a construção de laboratórios, ampliado a formação acadêmica e promovido missões estratégicas de pesquisa em áreas consideradas sensíveis para os EUA, incluindo a computação quântica.
Intensificação da Competição na Computação Quântica
A disputa pela liderança na computação quântica é considerada uma das corridas tecnológicas mais significativas da próxima década. O país que dominar a manipulação estável de qubits terá vantagens em áreas como criptografia, defesa, desenvolvimento de novos materiais e farmacêuticos, além de modelagem de sistemas complexos.
Martinis destaca que as três principais regiões na corrida — Estados Unidos, Europa e China — têm trajetórias distintas, mas a capacidade de transformar avanços científicos em aplicações práticas será o fator decisivo. A velocidade dos avanços na China sugere que a competição está se tornando cada vez mais equilibrada.
Fonte por: It Forum
Autor(a):
Redação
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