Colômbia aprova instalação de fibra óptica na Amazônia para melhorar conectividade global
Colômbia destina 683 bilhões de pesos para rede de fibra óptica, conectando a Amazônia e integrando 227 mil pessoas à economia digital.
Colômbia Lança Plano de Infraestrutura para Conexão Digital na Amazônia
A Colômbia aprovou um plano ambicioso para estabelecer uma rede de fibra óptica que conectará os estados amazônicos de Putumayo e Amazonas. Este projeto visa integrar cerca de 227 mil pessoas e 100 mil domicílios à economia digital, com um investimento de 683 bilhões de pesos, equivalente a aproximadamente 950 milhões de reais. A iniciativa foi autorizada pelo Conselho de Política Fiscal (Confis) e busca posicionar a Amazônia colombiana como um hub de conectividade internacional.
Estrutura de Financiamento e Abrangência
Do total do investimento, 672 bilhões de pesos serão financiados pelo governo colombiano, destacando a importância estratégica da iniciativa para a infraestrutura digital do país. O projeto pretende conectar mais de 100 mil residências, beneficiando diretamente 227 mil pessoas nos estados amazônicos.
Além disso, a proposta está alinhada com a meta de inserir a Amazônia colombiana na rede internacional de fibra óptica, promovendo a soberania tecnológica e diminuindo a dependência de rotas externas.
Rotas, Integração e Dimensões Físicas
A rede será construída utilizando corredores naturais, especialmente o rio Putumayo, e se conectará ao cabo óptico que parte de Belém, Brasil. Essa “ponte digital” visa facilitar o tráfego de dados entre a América do Sul e a Ásia.
A implantação incluirá trechos subfluviais e terrestres, criando uma rota híbrida que minimiza impactos ambientais e reduz custos logísticos. Parte da rede poderá operar com troncos de fibra redundante, garantindo estabilidade e resiliência.
Impactos Sociais e Planos de Uso
O projeto não se limita à infraestrutura física; ele também prevê aplicações diretas em educação digital, telemedicina, comércio eletrônico e trabalho remoto em comunidades isoladas. Espera-se que essas iniciativas integrem essas localidades ao mercado de dados e à sociedade digital global.
O anúncio oficial ocorreu durante o 2º Fórum Global Gateway da União Europeia, em Bruxelas, com a presença do presidente colombiano Gustavo Petro e da ministra de TIC, Carina Murcia.
Conexão Internacional e Colaboração com o Brasil
O plano conta com apoio diplomático e técnico do Brasil, que já desenvolveu projetos semelhantes ao longo de seus rios amazônicos, totalizando mais de 1.100 km de cabos instalados. A Colômbia pretende adotar esses modelos para garantir redundância em suas rotas internacionais de dados.
Além disso, o Brasil autorizou estudos para expandir a Infovia 02, que se conectará à Colômbia via rio Içá/Putumayo, criando uma rota de fibra óptica entre os dois países e aumentando a resiliência da malha regional.
Estratégia Regional de Conectividade
A iniciativa colombiana surge em um contexto onde a conectividade na Amazônia latino-americana é debatida em relação à inclusão digital, soberania de dados e segurança cibernética. Muitas regiões remotas ainda enfrentam desconexão ou acesso limitado, o que prejudica seu desenvolvimento social e econômico.
No Brasil, o programa Norte Conectado e as infovias subfluviais já têm sido fundamentais para conectar municípios amazônicos com menor impacto ambiental. A proposta colombiana pode se integrar a esses corredores, formando uma rede amazônica de fibra.
Desafios Regulatórios, Ambientais e de Implementação
Apesar de sua relevância estratégica, o projeto enfrenta desafios como licenciamento ambiental em áreas de floresta tropical e obstáculos logísticos em regiões de difícil acesso. A coordenação entre diferentes níveis de governo e órgãos reguladores também é crucial.
Regulamentações de telecomunicações, concessões transfronteiriças e segurança de infraestruturas críticas precisarão ser alinhadas, considerando a interdependência entre os países e a necessidade de acordos de cooperação internacional.
Ganhos Estratégicos para o Setor de TI e Telecom
Para executivos de TI, o projeto oferece oportunidades de investimento e parcerias, além de possibilitar a construção de backbone, oferta de capacidade de backhaul e implantação de redes locais em áreas remotas. O papel do estado como proponente e regulador será fundamental para garantir previsibilidade e retorno.
Essa malha também pode fortalecer rotas alternativas para o tráfego internacional de dados, reduzindo latência e aumentando a resiliência, além de abrir novos mercados para operadoras e prestadoras de serviços de infraestrutura digital.
Fonte por: Its Show
