Complexo hidrelétrico no Congo visa fornecer energia para data centers de IA equivalente a 88 reatores nucleares

Usina de 44 GW no Congo busca impulsionar data centers de IA com energia limpa, atraindo investimentos globais para a África.

01/11/2025 11:30

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Grand Inga: Barragem hidrelétrica de Inga com água fluindo pelas...

Grand Inga: Potencial Hidroelétrico e Oportunidades em Data Centers

O governo da República Democrática do Congo (RDC) está promovendo o complexo hidroelétrico de Grand Inga, que possui uma capacidade teórica de até 44 gigawatts, equivalente à geração de 88 reatores nucleares. No entanto, atualmente, a produção é inferior a 2 GW devido à infraestrutura defasada e atrasos. O projeto visa transformar a região em um polo da economia digital africana, aproveitando a energia renovável, conectividade e resfriamento natural, desde que sejam garantidos parceiros adequados e financiamento.

Capacidade e Ambição da Grand Inga

Localizado às margens do Rio Congo, o complexo de Inga é um dos maiores potenciais de geração de energia do mundo, mas está subutilizado. O interesse em data centers de inteligência artificial (IA) surge da possibilidade de aproveitar esse potencial, oferecendo uma solução para a crescente demanda global por computação intensiva. A RDC se destaca por oferecer energia “verde” a um custo competitivo.

Estratégia para Data Centers e IA

A localização do complexo Inga é considerada atrativa para operadoras de data centers, devido à abundância de energia renovável, água para resfriamento e conectividade em fibra óptica. A estratégia é atrair grandes infraestruturas de IA para a África, aproveitando as vantagens competitivas da região. A África ainda apresenta custos de entrada mais baixos em comparação a mercados mais desenvolvidos, desde que a oferta de energia seja confiável.

Financiamento e Regulamentação

Para viabilizar o projeto, a RDC está desenvolvendo uma “Lei Inga” que busca oferecer clareza fiscal e regulatória, tornando o local mais atrativo para investidores privados. O Banco Mundial já se comprometeu a investir cerca de US$ 1 bilhão no desenvolvimento do projeto, com uma parte desse valor prevista para 2025. O projeto Inga III, que deve adicionar 11 GW de capacidade, está orçado em mais de US$ 20 bilhões.

Desafios: Infraestrutura, Governança e Tempo

Apesar do grande potencial, o histórico do complexo revela fragilidades, com usinas anteriores apresentando produção abaixo do esperado devido a atrasos e problemas de governança. Mega-projetos na África enfrentam riscos como falta de transparência e impacto social. Mesmo com financiamento e vontade política, a construção de nova capacidade leva tempo, e é necessário avançar na estrutura regulatória e contratos de energia.

Demanda Crescente por Energia nos Data Centers

O setor de TI e telecomunicações enfrenta uma crescente demanda por energia, especialmente em ambientes de IA e computação em nuvem. Projetos de infraestrutura energética renovável, como o de Inga, são estratégicos para empresas que buscam locais menos saturados e custos competitivos. A África, historicamente subatendida em eletrificação, agora se apresenta como uma nova base para a infraestrutura global de TI.

Região como Oportunidade de “Saltos” Tecnológicos

Se bem executado, o projeto de Inga pode posicionar a RDC e a África Central no mapa da computação avançada, criando um corredor de data centers com energia renovável e latência competitiva. Isso permitirá decisões mais estratégicas para executivos de TI em relação à alocação de workloads e sustentabilidade na infraestrutura.

Uso de Energia Renovável como Diferencial Estratégico

A crescente pressão por práticas de TI sustentáveis reforça a importância de operar em locais com energia renovável abundante. O projeto Inga, ao oferecer energia hídrica renovável, se alinha com essa tendência, permitindo que empresas de TI combinem desempenho, escala e responsabilidade corporativa.

Embora o complexo hidroelétrico de Inga tenha um enorme potencial, sua transformação em uma realidade operacional exigirá investimentos significativos, parcerias eficazes e um ambiente regulatório estável. Executivos de TI e telecomunicações devem acompanhar essas iniciativas como parte de uma nova era de infraestrutura global, avaliando riscos e prazos para decisões de expansão.

Fonte por: Its Show

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