Conflito dos postes: Aneel aprova nova regra para telecom, mas Anatel precisa ser consultada

Cizânia persiste na cessão compulsória da exploração comercial dos postes, rejeitada pela Aneel. Teles aceitam manter com distribuidoras de energia.

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(Imagem de reprodução da internet).

Regulamento de Compartilhamento de Postes é Aprovado pela Aneel

Na terça-feira, 2 de dezembro, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou a versão final do regulamento que permite o compartilhamento de postes entre distribuidoras de energia e empresas de telecomunicações, após 25 meses de tramitação na Anatel.

Diferenças entre as Versões da Aneel e Anatel

A nova regulamentação da Aneel apresenta diferenças em relação ao texto previamente aprovado pela Anatel em outubro de 2023, o que poderá exigir novas negociações entre as agências. No entanto, a versão da Aneel atende em grande parte a uma proposta apresentada pelas operadoras de telecomunicações, o que pode facilitar um acordo.

Aspectos da Cessão de Espaços

Uma das principais diferenças refere-se à cessão da exploração comercial dos espaços nos postes. Enquanto a Anatel previa a obrigatoriedade da cessão sempre que houvesse interesse, a Aneel propõe que as distribuidoras de energia tenham a opção de ceder ou não, podendo as agências exigir a cessão em casos de mau desempenho ou para atender ao interesse público.

Exploração e Preços dos Postes

A nova versão da Aneel permite que as distribuidoras decidam se irão explorar diretamente os postes ou ceder essa exploração a terceiros. Até que uma nova metodologia de cálculo seja aprovada, o valor de referência permanecerá em R$ 5,84 por ponto, com atualização pelo IPCA.

Se a distribuidora explorar os postes, o custo será dividido entre as empresas de telecomunicações que ocupam o espaço. Caso a exploração seja feita por um terceiro, cada empresa poderá ser cobrada integralmente.

Próximos Passos e Regularização dos Postes

As distribuidoras terão um prazo de 90 dias após a publicação do regulamento para decidir se irão explorar os postes diretamente ou ceder a terceiros. O plano de regularização se concentrará inicialmente em cerca de 10 milhões de postes considerados críticos, e as empresas de telecomunicações terão 120 dias para informar quais pontos estão utilizando, visando a remoção de cabos irregulares.

A proposta de acordo das operadoras já previa a possibilidade de exploração direta pelos distribuidores, mas a Aneel não aceitou a suspensão da modicidade tarifária, que determina que parte da receita com postes deve ser utilizada para reduzir o preço da energia para os consumidores.

Questões Jurídicas e Exigências da Anatel

A possibilidade de um impasse jurídico entre a Anatel e a Aneel permanece, uma vez que a Procuradoria Federal Especializada da Anatel defende a cessão compulsória da exploração dos postes, enquanto a Aneel acredita que essa cessão deve ocorrer apenas em situações específicas, como a má prestação de serviços. Uma posição definitiva sobre o assunto foi solicitada à Procuradoria Geral Federal.

Além disso, a Anatel começou a exigir, a partir de 1º de dezembro, que as empresas de telecomunicações que oferecem banda larga informem sobre os contratos de compartilhamento de postes. O objetivo é criar um cadastro positivo das prestadoras que utilizam a infraestrutura compartilhada do setor elétrico, com prazo de 90 dias para o envio das informações.

Fonte por: Convergencia Digital

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