Crise da Oi: Administrador revela dívidas de R$ 19,7 bilhões e ativos de R$ 17,2 bilhões
Caixa tinha R$ 938 milhões em outubro; ações trabalhistas aumentaram 13 vezes em um ano.
Relatório Mensal da Oi Revela Dificuldades Financeiras
No dia 12 de dezembro, o administrador judicial divulgou um novo relatório mensal sobre a situação financeira da Oi, que continua enfrentando desafios significativos. A operadora acumula cerca de R$ 19,76 bilhões em dívidas, distribuídas entre 164.706 credores.
Estrutura das Dívidas da Oi
A maior parte das obrigações financeiras está concentrada entre os credores quirografários da Classe III, totalizando aproximadamente R$ 18,62 bilhões e envolvendo 151.961 credores. As dívidas trabalhistas, que pertencem à Classe I, somam R$ 1,03 bilhão e envolvem 8.327 credores. Já os débitos com microempresas da Classe IV alcançam R$ 106,14 milhões, distribuídos entre 4.418 credores.
Créditos Intercompany
O relatório também menciona os créditos intercompany, que se referem a transações entre empresas do mesmo grupo econômico, totalizando R$ 205,72 milhões e envolvendo cinco credores, todos quirografários.
Desempenho da Oi Soluções
O principal negócio da Oi, a Oi Soluções, viu sua base de clientes diminuir de 19.643 em outubro de 2024 para 11.697 em outubro de 2025. Atualmente, a empresa conta com 1.645 empregados diretos e cerca de 16 mil trabalhadores vinculados a prestadoras de serviços, como Tahto e Serede. Entre março e outubro deste ano, 713 funcionários foram desligados.
Impacto das Condenações Trabalhistas e Situação do Caixa
O relatório destaca o aumento das condenações trabalhistas, que impactaram o fluxo de caixa da empresa. Os desembolsos médios mensais saltaram de R$ 2,43 milhões entre março de 2023 e maio de 2024 para cerca de R$ 32,5 milhões no último ano. O caixa final em outubro de 2025 foi de R$ 938,25 milhões, semelhante ao saldo de R$ 1 bilhão registrado em novembro de 2024.
Ativos e Expectativas Futuras
Apesar das dificuldades, a Oi ainda possui ativos valiosos, como a participação de 26,52% na V.tal, avaliada em R$ 12,42 bilhões. No entanto, a V.tal é considerada uma “frustração relevante” em relação ao Plano de Recuperação Judicial, que previa um ingresso de R$ 7,3 bilhões em caixa entre 2024 e 2025 com a venda da UPI ClientCo, mas a operação foi concluída por R$ 5,7 bilhões, incluindo contrapartidas não monetárias.
Imóveis e Vendas Postergadas
A V.tal controla R$ 3,6 bilhões em 2,5 mil imóveis da Oi em comodato por 30 anos, enquanto outros 4,7 mil imóveis têm um valor estimado em R$ 1,2 bilhão. O plano de recuperação previa a venda de 86 imóveis em 2025, com expectativa de arrecadar R$ 656,3 milhões, mas essas vendas foram adiadas para 2026.
Conclusão sobre a Recuperação Judicial
O relatório conclui que a continuidade das atividades da Oi e o andamento da Recuperação Judicial dependem do julgamento definitivo dos recursos interpostos contra a decisão de falência, além das negociações com credores e outros stakeholders do mercado.
Fonte por: Convergencia Digital
Autor(a):
Redação
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