Data centers: funcionamento e impacto ambiental na era da IA
Grandes nomes da tecnologia investem bilhões em data centers, revela podcast Uncanny Valley com Lauren Goode e Michael Calore.
O Impacto da Inteligência Artificial nos Data Centers
Com o crescimento da inteligência artificial (IA), grandes empresas de tecnologia estão investindo bilhões de dólares na construção de data centers ao redor do mundo. No podcast “How Data Centers Actually Work”, os jornalistas Lauren Goode e Michael Calore conversam com a especialista em energia e meio ambiente, Molly Taft, sobre o funcionamento desses centros, seu consumo energético e a viabilidade do crescimento do setor.
Os data centers são fundamentais para a operação da IA moderna. Cada interação em plataformas como o ChatGPT passa por várias etapas de autenticação até chegar a máquinas equipadas com GPUs, como as H100 da Nvidia, que realizam cálculos complexos. Esses equipamentos demandam uma quantidade significativa de energia e sistemas de refrigeração para evitar o superaquecimento.
Consumo Energético e Sustentabilidade
De acordo com Taft, o consumo de energia dos data centers varia conforme a fonte utilizada. Aqueles conectados a redes que utilizam carvão e gás natural geram mais emissões em comparação aos que operam com energia solar ou eólica. Contudo, muitas informações sobre a pegada de carbono e o uso de recursos permanecem em sigilo. Na Irlanda, por exemplo, os data centers já representam mais de 20% do consumo total de eletricidade, e estados como a Virgínia estão seguindo essa tendência.
O debate também envolve questões políticas. Enquanto o governo dos EUA apoia a expansão da infraestrutura de IA para manter a liderança global, comunidades locais se opõem a projetos devido a preocupações ambientais e aumento nas contas de energia. Em Memphis, a instalação de turbinas a gás pela empresa xAI, de Elon Musk, gerou protestos de moradores preocupados com a poluição e problemas de saúde.
Desafios e Oportunidades na Infraestrutura de IA
O episódio do podcast também discute o potencial “boom” na infraestrutura de IA. Apesar dos investimentos massivos, o uso de IA por consumidores finais ainda é limitado, com a maior parte da receita proveniente de clientes corporativos. Pesquisas indicam que provedores de nuvem podem estar utilizando práticas contábeis para ocultar os gastos reais com infraestrutura, levantando questões sobre a sustentabilidade desse modelo econômico.
Além disso, há incertezas tecnológicas, como novas arquiteturas de chips e o avanço da computação quântica, que podem diminuir a necessidade de grandes centros de processamento no futuro. Goode observa que estamos apostando em um formato fixo, enquanto a natureza do cálculo pode mudar.
Reflexões sobre o Futuro da Tecnologia e da Sociedade
Para Molly Taft, compreender o papel dos data centers vai além do consumo energético. Ela enfatiza a importância de os cidadãos se informarem sobre como funcionam as concessionárias de energia, que repassam aumentos nas tarifas quando grandes consumidores, como os data centers, se instalam em uma região. O episódio também provoca reflexões sobre o papel das pessoas nesse novo cenário tecnológico.
Goode defende a necessidade de “reinvestir na humanidade”, valorizando o pensamento crítico e as conexões reais em um mundo cada vez mais mediado por máquinas. Calore, por sua vez, sugere um equilíbrio, ressaltando a importância de entender as tecnologias para questioná-las e evitar o uso excessivo de IA em situações desnecessárias.
Fonte por: It Forum
Autor(a):
Redação
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