Data centers: Governo deve entender mercado para criar nova política após o Redata

Ana Luiza Valadares, diretora da Meta para América Latina, clama por segurança jurídica e harmonia no setor.

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(Imagem de reprodução da internet).

Workshop Discute Expansão da Infraestrutura Digital no Brasil

No dia 9 de outubro, o Ministério das Comunicações promoveu um Workshop de Cabos Submarinos e Data Centers, reunindo representantes do governo, da indústria e da academia para debater a ampliação da infraestrutura digital no Brasil. Durante o evento, o MCom buscou articular medidas além dos incentivos fiscais do programa Redata, que oferece isenção fiscal para data centers. As empresas, por sua vez, enfatizaram a necessidade de cautela, segurança jurídica e uma melhor compreensão do mercado.

Importância da Diversidade no Setor de Data Centers

O vice-presidente da Associação Brasileira de Data Center (ABDC), Luis Tossi, destacou que a indústria de data centers no Brasil, com cerca de 20 anos de desenvolvimento, segue boas práticas de resiliência e segurança. Ele alertou que criar uma única regra para todos os modelos de data centers, sejam eles governamentais, de nuvem ou corporativos, seria um erro, dado que o ecossistema é diverso e complementar.

Tossi também ressaltou a importância de o poder público entender as especificidades do setor antes de implementar regras gerais. Ele mencionou o risco de sobreposição entre normas nacionais e padrões internacionais, que já são seguidos por grandes provedores como Microsoft e Alibaba, e enfatizou a necessidade de uma regulação que fortaleça a soberania digital sem criar barreiras técnicas.

Impacto Econômico e Projeções para o Setor

Sergio Sgobbi, diretor de Relações Institucionais da Brasscom, afirmou que a política para data centers pode ser crucial para a economia digital brasileira, reduzindo a dependência externa no processamento de dados. Atualmente, 60% dos dados de empresas brasileiras são processados fora do país, o que gera um déficit na balança de serviços de computação. Ele destacou que, com a política de incentivo, o Brasil pode se tornar mais competitivo e atrair novos investimentos.

O setor projeta que a capacidade instalada de processamento no Brasil, atualmente de 843 megawatts, pode alcançar 2,6 gigawatts até 2030, caso as políticas avancem. Sgobbi também mencionou o compromisso da indústria com a sustentabilidade, ressaltando que os data centers modernos utilizam tecnologias que minimizam o impacto ambiental.

Regulação e Investimentos no Setor Digital

A diretora de Políticas Públicas da Meta, Ana Luiza Valadares, enfatizou a necessidade de uma regulação equilibrada entre os diferentes segmentos da infraestrutura digital, como cabos submarinos e data centers, para atrair investimentos e garantir a expansão sustentável do setor. Ela destacou que a demanda crescente por serviços digitais exige políticas que estimulem o desenvolvimento tecnológico.

Valadares concluiu que a segurança jurídica e a harmonia nas políticas públicas são fundamentais para atrair investimentos. Ela sugeriu que os órgãos responsáveis pela formulação de políticas de cabos submarinos e data centers devem trabalhar em conjunto, garantindo que todos os aspectos estejam alinhados com a agência reguladora, pois tudo está interconectado no setor digital.

Fonte por: Convergencia Digital

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