É possível criar o Airflow 2 em 3D – vale a pena imprimir o Airflow para o seu gabinete?

A impressão Airflow está funcionando? Realizamos para que o ar faça uma passagem mais eficiente pelo gabinete, visando aumentar o resfriamento.

11/08/2025 18:12

6 min de leitura

É possível criar o Airflow 2 em 3D – vale a pena imprimir o Airflow para o seu gabinete?
(Imagem de reprodução da internet).

O fluxo de ar é importante. Já produzimos um vídeo detalhado sobre como a influência das fans afeta as temperaturas e o desempenho do seu computador. Contudo, após o ar estar dentro do gabinete, ele realiza o que quiser e sai. É possível otimizar o fluxo de ar?

Isso não é o ideal. Permitir que o ar circule livremente no gabinete pode causar problemas como turbulências, ou o ar aquecido passar repetidamente nos componentes de resfriamento, sem ser removido do gabinete, gerando um efeito estufa no interior.

Não tem o que fazer, não é mesmo? Dizendo assim. Talvez haja algo a fazer. E se imprimíssemos métodos para forçar a passagem de ar de maneira mais eficiente no gabinete?

Planejaremos um novo design para o nosso case, e colocaremos a Bambu Lab A1 de volta em operação, buscando otimizar o fluxo de ar internamente e aumentar sua eficiência.

A cobaia será a Corsair 5000X, utilizada em nossa máquina de gameplays para as lives, apresentando vantagens como múltiplas entradas e saídas de ar, além de uma tampa de vidro temperado com boa visibilidade do interior do gabinete.

E como abordaremos essas questões? Isso envolverá projetar, e quando digo projetar, na verdade, foi o Lucas quem solucionou essa situação, criando rotas para que o ar siga um único fluxo, na medida do possível.

O fluxo de ar é direcionado individualmente para o sistema de resfriamento líquido do processador, através das duas ventoinhas na parte frontal e lançado para fora do gabinete por duas ventoinhas na parte superior, enquanto a placa de vídeo recebe ar através de uma ventoinha de 120mm na frente e o direciona para trás por uma ventoinha no topo e outra na traseira.

Os dutos foram projetados para minimizar a turbulência, obrigando o ar a passar pelos componentes de resfriamento e a ser expelido.

E agora, então? Bom, hora de testes.

Testes – Imprimir Airflow

Os componentes são basicamente os mesmos da nossa máquina de gameplays tradicional, contudo com uma alteração no posicionamento do sistema de resfriamento líquido para otimizar a construção dos dutos de ar.

Os componentes são basicamente os mesmos da nossa máquina de gameplays tradicional, contudo com uma alteração no posicionamento do sistema de resfriamento líquido para otimizar a construção dos dutos de ar.

A placa de vídeo é a mais recente da Nvidia e uma das que mais geram calor, como a RTX 5090. Neste caso, estamos utilizando a edição Founders edition, que é excelente para este experimento, pois possui ventilação, facilitando a criação de um fluxo de ar constante.

O processador não é tão exigente, é o AMD Ryzen 7 7800X3D, porém ainda é um processador de alto desempenho. Os demais componentes não apresentam superaquecimento, o que completa um sistema de alta performance.

Para o teste, medimos a temperatura do ambiente em 22 graus Celsius, e permitimos que o sistema operasse no modo de estresse do Port Royal, um benchmark que demanda alto uso da placa de vídeo e do processador, utilizando o software de benchmark 3DMark.

O teste de estresse de Port Royal executa 20 rodadas de teste, demandando pouco mais de 20 minutos para conclusão das execuções. Utiliza-se de Ray Tracing intensivamente, fazendo com que a RTX 5090 atinja quase 100% de uso durante a maior parte do tempo e consuma acima de 550 watts. Alto consumo implica em grande dissipação de calor.

Analisando a telemetria, observou-se uma alteração na temperatura da placa de vídeo. No gráfico, o aquecimento está representado em roxo sem os dutos e em verde com os dutos instalados. O valor máximo de temperatura sem os dutos atingiu cerca de 81°C, enquanto o pico com os dutos foi de aproximadamente 77°C.

Ok, quatro graus a menos é algo. Mas fica ainda maior se observarmos outra coisa. Se trocamos o gráfico para ver a velocidade da rotação das fans, mostra uma diferença de cerca de 100 RPM, o que não é muito, mas indica que as fans estão acelerando um pouco para compensar mais o aquecimento da RTX 5090 quando não temos os dutos.

Menos calor, ventiladores mais lentos e silenciosos… até aqui, parece ótimo! E o desempenho. Demorou um pouco… Se observamos as frequências de operação da RTX 5090, dá para notar que praticamente nada mudou.

Essa variação de 4°C não representa um aumento expressivo no desempenho da placa da Nvidia. Ela continua operando essencialmente nos mesmos 2.600 a 2.700 MHz, independentemente da instalação dos dutos no computador.

A consequência também é observada na taxa de quadros. Sim, permanece a mesma. O desempenho não apresenta grandes variações, pois a diferença de temperatura é baixa.

Também apresenta um efeito negativo: o processador aqueceu um pouco mais. Apenas 1°C ou 2°C, uma diferença baixa, mas possivelmente causada pela divisão interna do gabinete. Deveríamos ter reduzido o fluxo de ar ao diminuir o espaço de circulação do ar, aumentando a pressão nessa região e reduzindo a eficiência das fans movendo ar pelo radiador.

A impressão do Airflow vale a pena?

Os resultados do experimento apresentaram variações, porém observou-se a eficiência do resfriamento da RTX 5090, com diminuição da temperatura e redução na rotação das ventoinhas.

No entanto, isso não representou uma revolução no resfriamento dos componentes. Eles continuam operando de forma essencialmente igual.

Considero que o resultado final é positivo, pois representa uma mudança que não consome energia, não possui partes móveis sujeitas a desgaste e falhas. Instalamos esses dutos, e após posicionados, eles permanentemente e sem custos adicionais diminuirão a temperatura do processamento gráfico.

A principal questão reside na viabilidade, visto que será necessário adaptar os dutos. Considerando que cada placa de vídeo, gabinete e computador apresentam configurações distintas, não é possível criar um projeto genérico para todos. Será preciso desenvolver uma solução personalizada para cada peça.

É ideal para um entusiasta que deseja se divertir com sua impressora 3D, um excelente projeto pessoal para aprimorar suas habilidades de modelagem, e uma construção com impacto real quando concluída. Contudo, não é uma solução que otimiza significativamente o desempenho do computador, sendo desnecessária para quem busca melhorias drásticas.

Há alguns projetos em desenvolvimento com base em ideias apresentadas anteriormente. O gabinete Corsair 5400, que foi exibido na Computex 2025, possui uma separação no fluxo de ar para a placa de vídeo e para o radiador do processador, além de estruturas que direcionam o fluxo de ar em direção à placa de vídeo.

Não funcionará tão bem quanto nossa solução personalizada para nossos componentes, porém apresenta a vantagem de ser uma abordagem mais genérica, e capaz de operar com uma variedade grande de hardwares.

É evidente que ela não possui todo o encanto de ter sido algo que você mesmo concebeu e desenvolveu.

Fonte por: Adrenaline

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