Governo planeja aumentar investimento em ciência e tecnologia para 2% do PIB até 2034
Governo planeja aumentar investimentos em ciência e tecnologia para 2% do PIB até 2034, priorizando soberania e inovação.
Governo Federal Anuncia Meta de Investimentos em Inovação
O governo brasileiro estabeleceu uma meta ambiciosa para reposicionar o país no cenário global da inovação, visando aumentar os investimentos em ciência, tecnologia e inovação para 2% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2034. Essa diretriz faz parte da Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI) 2024–2034, que foi apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e servirá como base para as políticas públicas do setor na próxima década, com foco em soberania tecnológica e competitividade industrial.
Prioridades para o Desenvolvimento Tecnológico
Apresentada oficialmente, a ENCTI foi debatida no Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT) e estabelece uma agenda de médio e longo prazo para o desenvolvimento tecnológico do Brasil. Atualmente, o país investe cerca de 1,2% do PIB em ciência, tecnologia e inovação, um percentual considerado insuficiente para um desenvolvimento econômico e social consistente.
Com a meta de 2%, o governo busca alinhar o Brasil a padrões internacionais mais competitivos, criando condições para maior previsibilidade de investimentos. O diagnóstico aponta que a baixa intensidade tecnológica limita o crescimento econômico e a produtividade, além de aumentar a dependência de soluções importadas.
Foco na Reindustrialização e Redução da Dependência Tecnológica
A estratégia prioriza a redução da vulnerabilidade externa em tecnologias críticas para o desenvolvimento nacional, como transformação digital, semicondutores, inteligência artificial, biotecnologia e energia. A ENCTI também vincula ciência e tecnologia à reindustrialização, ressaltando que uma indústria competitiva depende de uma base sólida de pesquisa e inovação.
Com isso, o governo pretende recuperar a capacidade do Brasil de gerar valor e estimular cadeias produtivas mais sofisticadas, ampliando a presença do país em mercados globais de maior complexidade tecnológica.
Reestruturação do Financiamento e Apoio às Instituições de Pesquisa
Para atingir a nova meta de investimentos, a ENCTI propõe a reestruturação dos mecanismos de financiamento do setor, priorizando o apoio a universidades, institutos de pesquisa e centros de inovação. A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, destacou a importância da autonomia científica e tecnológica para um projeto de nação soberana.
O plano também enfatiza a necessidade de modernizar a infraestrutura científica e promover a integração entre academia, empresas e governo, aproximando a produção de conhecimento das demandas do mercado e da sociedade.
Papel do Estado e Críticas ao Capital de Risco
Durante a apresentação da estratégia, o presidente Lula criticou a baixa participação do capital privado em investimentos de maior risco tecnológico, afirmando que o “capital de risco tem medo de risco” no Brasil. Ele defendeu um papel mais ativo do Estado como indutor do desenvolvimento científico e tecnológico, argumentando que uma atuação robusta do governo é essencial para atrair investimentos privados e criar um ambiente favorável à inovação.
Consulta Pública e Próximos Passos
A Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação 2024–2034 estará disponível para consulta pública até o dia 20 de dezembro. Após esse período, o texto será consolidado e servirá como referência para políticas e decisões de investimento na próxima década.
Embora a iniciativa represente um avanço na construção de uma visão estratégica para o setor, especialistas alertam que o maior desafio será a execução. O sucesso da estratégia dependerá da continuidade dos investimentos e da capacidade de transformar diretrizes em resultados concretos.
Fonte por: Its Show
Autor(a):
Redação
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