Intel Itanium IA-64 será descontinuado pelo GCC 16
Com o fim da arquitetura por parte da Intel, debates sobre a sua descontinuação já haviam se iniciado na comunidade.

A Phoronix informou que os desenvolvedores Linux estão considerando a extinção de todo o código restante do compilador Itanium IA-64 na próxima iteração do GCC (Linux GNU Compiler Collection). De acordo com o resultado da discussão, a versão 16 pode não mais suportar a arquitetura Itanium IA-64.
O suporte ao Itanium IA-64 no compilador Linux encontra-se em situação caótica. O conjunto de testes do GCC não foi executado na arquitetura há um ano, e não há um mantenedor ativo para a base de código IA-64.
A emulação de instruções IA-64 é lenta e incompleta. Além disso, o suporte a hardware se tornou extremamente raro, visto que a Intel descontinuou a arquitetura em 2021. Assim, os desenvolvedores não encontram justificativa para manter o suporte ao Itanium no compilador Linux.
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Plataforma Itanium
O Itanium era uma linha de processadores focada em data centers, lançada em 2001. A arquitetura do processador foi desenvolvida em uma parceria entre a Intel e a HP, utilizando uma arquitetura proprietária de 64 bits, a IA-64.
Ela empregava uma estratégia de Palavras de Instrução Muito Longas (VLIW) que visava detectar possibilidades de paralelismo em nível de instrução no estágio do compilador.
Apesar de vários anos de desenvolvimento e grande expectativa, a arquitetura IA-64 não obteve sucesso no mercado. Sua implementação era excessivamente complexa, dificultando a manutenção de um desempenho comparável ao de outras arquiteturas, inclusive as tradicionais x86 de 32 bits.
A questão reside no fato de que ela fora desenvolvida para substituir aquelas estruturas.
Após o lançamento da extensão x86-64 da AMD para o conjunto de instruções x86 de 32 bits, toda a indústria a adotou devido às suas raízes x86 e à sua compatibilidade nativa com versões anteriores de aplicativos de 32 bits.
Discussões na Comunidade Linux
A Intel prosseguiu fabricando processadores com base em Itanium até 2021, apesar das dificuldades relacionadas à baixa aceitação no mercado.
O lançamento da primeira geração de chips Itanium, com o codinome Merced, ocorreu em 2001. Possuía um único núcleo de processador, até 4 MB de cache L3 e uma frequência máxima de clock de 800 MHz, utilizando um nó de processo de 180 nm.
A final da série Itanium 9700 Kittson apresentou uma combinação de modelos com quatro e oito núcleos, operando até 2,6 GHz. O encerramento do suporte tornou o trabalho para desenvolvedores Linux mais difícil e gerou a discussão sobre o fim do suporte de compatibilidade aos processadores.
Antes do lançamento da versão 15 do GCC (lançado em abril deste ano), os desenvolvedores Linux já consideravam eliminar a compatibilidade com o Itanium IA-64. Contudo, o desenvolvedor de código aberto René Rebe salvou o suporte ao IA-64. Ele é, aparentemente, o único que o mantém ativo no momento.
O suporte integral do kernel Linux para hardware Itanium foi descontinuado há dois anos, a partir do Linux 6.7.
Trump acertou com o CEO da Intel e promete investimentos na empresa.
Fonte por: Adrenaline