Itshow: Terceira temporada explora desigualdade que inicia antes da carreira

Episódio do Itshow revela como a representatividade feminina em TI começa na infância e o papel dos líderes na mudança desse cenário.

26/12/2025 14:50

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Executivas Ana Gaspar e Ana Carolina Cardoso durante a gravação ...

Representatividade feminina em TI e a educação

A representatividade feminina no setor de Tecnologia da Informação (TI) foi o foco do sexto episódio da terceira temporada do podcast Itshow. As executivas Ana Gaspar e Ana Carolina Cardoso discutem como a desigualdade de gênero em tecnologia se inicia na infância e quais medidas práticas podem ser adotadas por líderes e empresas para transformar essa realidade.

Conduzido por Márcio Montagnani, o episódio traz dados e experiências que revelam os desafios enfrentados pelas mulheres em TI, tanto no Brasil quanto no exterior. Ana Gaspar, com 17 anos de experiência em tecnologia e educação, e Ana Carolina Cardoso, presidente do chapter Brasil do STEM Women’s Congress, compartilham uma análise detalhada sobre a necessidade de uma mudança estrutural que envolva educação e cultura.

Impacto econômico da baixa representatividade feminina em TI

As convidadas destacam que a baixa representatividade feminina em TI não é apenas uma questão social, mas uma estratégia crucial para o crescimento econômico do país. Com setores tecnológicos impulsionando o desenvolvimento global, a exclusão das mulheres dessas carreiras resulta em uma diminuição do potencial de talentos disponíveis.

Ana Gaspar enfatiza que a indústria de TI é fundamental para a economia, e a falta de profissionais qualificados impacta diretamente o crescimento e a inovação. Ana Carolina Cardoso complementa que, apesar de alguns avanços, o acesso das mulheres a posições de destaque ainda é limitado, muitas vezes devido à falta de ambientes que favoreçam sua inclusão.

Gargalos estruturais revelados pelo SWAR

No episódio, as executivas apresentam os resultados do STEM Women’s Annual Report (SWAR), que mapeou 75 iniciativas para inclusão de mulheres em STEM no Brasil. O estudo analisa duas fases críticas: a inspiração na infância e a carreira na vida adulta.

Os dados mostram uma lacuna significativa em iniciativas que combatam estereótipos precoces e um déficit no acesso a empregos, especialmente em posições de liderança. Atualmente, apenas 14% das mulheres atuam em TI, apesar de representarem cerca de 60% das formandas universitárias, com apenas 17% delas em cursos de tecnologia.

Cultura, estereótipos e o mito do talento inato

A cultura desempenha um papel crucial na perpetuação da desigualdade de gênero em TI. Ana Gaspar argumenta que a noção de “talento inato” desencoraja meninas a se envolverem em áreas técnicas desde cedo. Ela afirma que o que realmente importa são estímulos, oportunidades e treinamento.

Esse viés cultural se manifesta em diversos contextos, como na escola e em casa, criando barreiras que afetam a futura representatividade feminina em TI.

Mentoria e liderança como agentes de mudança

As executivas defendem que ações pontuais não são suficientes; é necessário um apoio contínuo. A mentoria é destacada como uma ferramenta eficaz nesse processo. Ana Carolina Cardoso menciona que, em programas de mentoria universitária, cerca de 30% das participantes conseguiram estágios após um ano de acompanhamento.

Ana Gaspar ressalta a importância da liderança corporativa, afirmando que pequenas transformações na trajetória de uma pessoa podem impactar todo o ecossistema ao seu redor. O episódio conclui com um apelo aos executivos para que promovam a representatividade feminina em TI por meio de investimentos e revisão de práticas internas.

O STEM Women’s Congress 2026 está agendado para 19 de agosto, em São Paulo, com a meta de mapear 300 iniciativas no próximo relatório, convidando empresas e líderes a se envolverem ativamente.

Fonte por: Its Show

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