Ofensiva de DDoS atinge recorde histórico
A maior ofensiva de negação de serviço distribuída já registrada foi neutralizada recentemente, alcançando picos impressionantes de 29,7 Tbps. A ação foi atribuída à botnet Aisuru, uma das redes de dispositivos infectados mais ativas e volumosas atualmente. O ataque, que durou pouco mais de um minuto, foi bloqueado antes de causar qualquer indisponibilidade ao serviço alvo, evidenciando tanto a magnitude da ameaça quanto a eficácia das plataformas modernas de mitigação.
Composta por até 4 milhões de dispositivos comprometidos, a botnet Aisuru tem atraído a atenção de especialistas devido à sua capacidade de realizar ataques hipervolumétricos com frequência crescente. Em 2025, a botnet foi responsável por milhares de ofensivas direcionadas a setores como telecomunicações, hospedagem, jogos, finanças e infraestrutura digital. O recente ataque superou o recorde anterior de 22,2 Tbps, também associado a essa rede criminosa.
Escala inédita pressiona defesas e eleva padrão de risco global
A ofensiva utilizou múltiplos vetores simultâneos, atingindo cerca de 15 mil portas de destino por segundo e variando atributos dos pacotes para dificultar respostas automatizadas. A intensidade e a velocidade da carga demonstram o avanço das técnicas de evasão e a sofisticação das ferramentas de ataque utilizadas pela botnet Aisuru.
Especialistas afirmam que ataques acima de 1 Tbps tornaram-se comuns em várias regiões do mundo. Contudo, o salto para quase 30 Tbps representa um marco que altera o patamar de risco para empresas que dependem de disponibilidade contínua de rede. Mesmo com a curta duração típica desse tipo de ofensiva, sua intensidade pode derrubar provedores inteiros se não houver infraestrutura de mitigação robusta.
O fato de o serviço alvo ter permanecido íntegro demonstra que soluções de defesa distribuída, aliadas a sistemas de detecção em tempo real, têm conseguido acompanhar a escalada dos ataques. A mitigação em poucos segundos evitou interrupções e impediu que a carga maliciosa saturasse enlaces ou prejudicasse usuários legítimos.
Botnet se torna referência em ataques de alta volumetria
As evidências dos últimos meses mostram que a botnet Aisuru se consolidou como protagonista entre as redes zumbis responsáveis pelos maiores ataques DDoS atualmente. Sua capacidade de mobilizar milhões de dispositivos, muitos deles equipamentos IoT com pouca proteção, permite que criminosos lancem ofensivas massivas em questão de segundos.
Pesquisadores destacam que a venda de acesso à botnet se tornou um modelo de negócio lucrativo para os operadores, que comercializam frações da rede conforme a necessidade de campanhas distintas. Esse modelo “sob demanda” de DDoS as a Service facilita que diferentes grupos criminosos executem ataques volumosos sem precisar controlar toda a infraestrutura.
De acordo com levantamentos recentes, a botnet Aisuru participou de mais de 2,8 mil ataques em 2025, incluindo 1,3 mil apenas no terceiro trimestre. Isso representa uma média de 14 campanhas volumosas por dia, muitas delas superando 100 milhões de pacotes por segundo, um indicador de complexidade e agressividade.
Brasil surge entre os países mais atingidos
Dados recentes indicam que o Brasil está entre os países mais afetados por ataques de grande escala. O aumento das ofensivas direcionadas a provedores nacionais reforça que a região se tornou um alvo importante para grupos que operam botnets globalmente.
Os setores mais impactados incluem operadoras de telecomunicações, ambientes de TI, empresas de internet, plataformas de jogos e organizações que desenvolvem soluções de inteligência artificial. A ampliação da superfície de ataque, impulsionada pela expansão de serviços digitais, tem atraído a atenção de grupos especializados em ataques de larga escala.
Crescimento constante dos ataques DDoS redefine estratégias de defesa
A análise dos últimos trimestres revela que o volume de ataques acima de 1 Tbps dobrou, enquanto ofensivas acima de 100 milhões de pacotes por segundo cresceram 189%. Especialistas afirmam que essa tendência deve continuar devido ao aumento de dispositivos vulneráveis conectados à internet, especialmente no ecossistema IoT.
A escalabilidade das ofensivas exige que as empresas revisem suas estratégias de defesa, adotando modelos que incluem mitigação distribuída, análise comportamental, inspeção profunda de tráfego e integração com redes globais de proteção. A rápida detecção continua sendo um elemento vital para impedir que ataques desse porte atinjam sistemas críticos.
Botnet Aisuru se torna símbolo da nova geração de megabotnets
Com o ataque de 29,7 Tbps, a botnet Aisuru representa um divisor de águas no cenário de ciberameaças. O episódio demonstra que campanhas hipervolumétricas, antes consideradas raras, podem se tornar mais comuns à medida que botnets modernas evoluem em número de dispositivos e capacidade de coordenação.
A capacidade de adaptação, o uso de dispositivos IoT inseguros e a oferta comercial de ataques sob demanda tornam a botnet Aisuru especialmente perigosa. A tendência é que grupos criminosos continuem buscando formas de ampliar o poder de saturação, explorando falhas de segurança em equipamentos domésticos, modems, câmeras e sistemas industriais conectados.
Empresas precisam acelerar auditorias e fortalecer resiliência
Diante de ataques cada vez maiores, empresas de todos os setores devem acelerar auditorias internas, revisar a arquitetura de rede e reforçar práticas de resiliência. Especialistas recomendam testes de estresse, simulações de incidentes, implementação de mitigação automática e monitoramento de alta precisão.
A expectativa é que o volume de ataques continue crescendo nos próximos anos, exigindo preparação contínua. O episódio envolvendo a botnet Aisuru reforça que grandes campanhas de negação de serviço se tornaram não apenas frequentes, mas potencialmente disruptivas para negócios que operam digitalmente.
Fonte por: Its Show
