Discussão sobre o Papel do CIO nos Conselhos de Administração
No terceiro episódio da temporada MCIO Talks, três executivas influentes se reuniram para abordar um tema crucial na carreira de tecnologia: a atuação do CIO nos conselhos de administração e a necessidade de aumentar a representatividade feminina nesses espaços decisórios. O episódio, apresentado por Márcia Wolff e Márcio Montagnani, contou com a participação de Christiane Edington e Fátima Primati, ambas com trajetórias sólidas em liderança e governança corporativa.
Competências Essenciais para o CIO nos Conselhos
Fátima Primati, conselheira, enfatizou que os conselhos buscam profissionais que vão além do conhecimento técnico. Para ela, o CIO deve ser capaz de “traduzir transformações digitais, inovação e novas tecnologias em valor para o negócio”, além de gerenciar riscos e oportunidades. A habilidade de comunicação é fundamental, permitindo que temas complexos sejam apresentados de forma clara para a tomada de decisões.
Fátima também destacou a importância da postura do CIO, que deve incluir ouvir, dialogar e trabalhar em equipe. “Na posição de CIO, é necessário estar preparado para discutir finanças, pessoas e sustentabilidade, pois o ambiente é diferente”, afirmou. Ela ressaltou que a visão sistêmica adquirida ao longo da carreira é um diferencial que pode favorecer a diversidade nos conselhos.
Transição de Carreira: Do C-Level ao Conselho
Christiane Edington, que fez a transição de executiva para conselheira em setores como telecomunicações e varejo, reforçou que o CIO deve se posicionar como um “executivo de negócio com fluência em tecnologia”, não apenas como um especialista técnico. “O foco deve ser em como a tecnologia pode impulsionar o negócio, pois o especialista técnico não tem espaço no conselho”, destacou.
Ela também enfatizou a importância de construir visibilidade e reputação, atualizando currículos e ampliando redes de contato para incluir profissionais de estratégia e governança. O aprendizado contínuo é essencial, pois conselheiros precisam entender de finanças, riscos e sustentabilidade, o que representa uma mudança desafiadora, mas enriquecedora.
Desafios da Representatividade Feminina nos Conselhos
Um dos pontos mais críticos do debate foi a baixa representatividade feminina nos conselhos, que atualmente gira em torno de 15% no Brasil. Ambas as executivas reconheceram os avanços, mas alertaram que é necessário que as mulheres estejam preparadas para ocupar essas posições. Christiane afirmou que as empresas já compreendem que a diversidade é uma competência estratégica, mas é fundamental que haja mulheres prontas para assumir essas cadeiras.
Ela também destacou que a ação das conselheiras pode influenciar positivamente a representatividade: “Sempre que me pedem uma indicação, priorizo uma mulher, se houver competência”. Fátima concordou, ressaltando que a presença em grupos adequados é crucial para construir representatividade, que não surge por acaso, mas é fruto de esforço intencional.
Além disso, iniciativas como a MCIO são essenciais para ajudar mulheres a ingressar na tecnologia, preparando futuras líderes para posições de destaque. “A diferença entre querer diversidade e realmente promovê-la é significativa. Representatividade exige intenção”, concluiu.
O Papel Estratégico dos CIOs na Governança
O episódio reforçou que os CIOs desempenham um papel estratégico na governança, especialmente em um contexto onde a tecnologia influencia todas as decisões corporativas. Além disso, a representatividade deve ser vista como um elemento central para a formação de conselhos mais completos, diversos e aptos a enfrentar os desafios contemporâneos.
Fonte por: Its Show