Órgão regulador aponta riscos de concentração e sugere descentralização de data centers
Alerta técnico sugere a distribuição de data centers em diversas regiões para mitigar riscos sistêmicos e melhorar serviços.

Alerta sobre a Vulnerabilidade de Data Centers no Brasil
Um alerta oficial destaca a vulnerabilidade causada pela concentração de data centers em poucas capitais brasileiras. O documento enviado ao Executivo aponta que essa dependência de poucos centros urbanos aumenta o risco de interrupções simultâneas em serviços digitais essenciais, especialmente em situações de eventos climáticos, falhas elétricas e problemas nas redes de comunicação. A principal recomendação é promover a descentralização dos data centers para garantir resiliência e continuidade operacional.
Principais Pontos do Alerta
A análise técnica revela que a centralização dos data centers eleva a probabilidade de que um único evento cause a indisponibilidade de várias aplicações simultaneamente. Em casos de longas interrupções, serviços essenciais como saúde, finanças, logística e comércio eletrônico podem ser severamente afetados. Além disso, a concentração de rotas de dados e fontes de energia em uma única área metropolitana limita as opções de contingência e encarece as estratégias de recuperação.
Eixos Propostos para Reduzir Exposição
As recomendações incluem a implementação de medidas estruturais para distribuir a capacidade computacional em diferentes regiões, priorizando áreas fora dos centros tradicionais. Entre as sugestões estão incentivos fiscais para novos empreendimentos, critérios de licenciamento que favoreçam a redundância geográfica e estímulos a projetos de borda, visando reduzir a latência em regiões atualmente subatendidas. A descentralização deve ser acompanhada de um planejamento energético e proteção das rotas críticas de fibra.
Benefícios Esperados
A distribuição geográfica dos data centers pode melhorar os tempos de resposta e a estabilidade para usuários residenciais e corporativos. Com servidores mais próximos dos consumidores, aplicações sensíveis, como chamadas de vídeo e transações financeiras, apresentam menor variabilidade. Em um contexto mais amplo, a descentralização ajuda a mitigar o impacto de falhas localizadas e facilita a adoção de arquiteturas multi-região, além de aprimorar a eficácia dos testes de continuidade.
Implicações para o Setor Privado
Os operadores de infraestrutura e grandes usuários de nuvem devem revisar suas dependências e considerar projetos multi-região como padrão. A recomendação é priorizar a replicação ativa de dados, segmentar cargas de trabalho com base na proximidade do usuário e distribuir tarefas críticas fora das capitais mais concentradas. O planejamento deve incluir rotas alternativas de conectividade e contratos com múltiplos pontos de presença, além de métricas de recuperação alinhadas aos objetivos de negócio.
Papel de Estados e Municípios
As administrações locais fora dos centros tradicionais são vistas como parte da solução. As diretrizes sugerem que essas áreas se preparem com infraestrutura adequada de energia, água e conectividade, além de oferecer processos de licenciamento previsíveis. A qualificação da mão de obra e parcerias com instituições de ensino são essenciais para formar profissionais capacitados na operação de centros de processamento e segurança de redes, criando um ambiente competitivo para projetos sustentáveis.
Governança, Segurança e Meio Ambiente
A expansão dos data centers deve ser realizada com parâmetros claros de governança e segurança, incluindo controle de acesso e políticas de proteção de dados. É fundamental que haja requisitos ambientais e incentivo ao uso de fontes de energia renováveis, especialmente em regiões com maior potencial de geração limpa. A descentralização é considerada um vetor de segurança nacional, exigindo coordenação entre setores de telecomunicações, energia e órgãos de proteção civil.
Desafios de Execução
O documento reconhece desafios como custos logísticos, disponibilidade de conectividade de alta capacidade e a necessidade de estabilidade regulatória para investimentos significativos. Também há o risco de que parques de data centers fiquem ociosos se não estiverem alinhados à demanda real. Para enfrentar esses desafios, recomenda-se a criação de um pipeline de iniciativas com metas de disponibilidade, prazos realistas e métricas públicas de desempenho.
Próximos Passos
As orientações incluem o detalhamento de incentivos, a publicação de critérios técnicos e a criação de indicadores para acompanhar a evolução da capilaridade. As empresas devem atualizar seus planos de continuidade considerando cenários de falhas regionais, enquanto os governos devem priorizar obras e parcerias voltadas para diversificação de rotas e fontes de energia. A expectativa é que a descentralização dos data centers se torne uma política de Estado, impactando positivamente na redução de riscos sistêmicos e na qualidade da experiência digital em todo o país.
Fonte por: Its Show
Autor(a):
Redação
Portal de notícias e informações atualizadas do Brasil e do mundo. Acompanhe as principais notícias em tempo real