Portugal lança nanosatélite 5G em parceria com Altice Labs

Portugal desenvolve nanosatélite 5G em parceria com Altice Labs e ESA para otimizar redes móveis e comunicações espaciais.

17/10/2025 13:30

3 min de leitura

Imagem realista de um nanosatélite 5G em órbita baixa da Terra, com antena parabólica dourada e painéis solares refletindo a luz solar sobre o horizonte azul do planeta, representando o avanço tecnológico de Portugal nas comunicações espaciais.
Imagem realista de um nanosatélite 5G em órbita baixa da Terra, ...

Portugal Avança com Nanosatélite 5G

Portugal está se preparando para um novo marco nas telecomunicações com o desenvolvimento de um nanosatélite 5G, programado para lançamento em 2027. O projeto, coordenado pela Altice Labs em colaboração com a Agência Espacial Europeia (ESA) e a operadora MEO, visa criar dispositivos que operem diretamente em órbita, reduzindo a dependência de estações terrestres e melhorando a continuidade das conexões.

Integração do 5G em Órbita

A principal inovação do projeto é a utilização de um equipamento UE 5G em um CubeSat 3U, que operará em órbita baixa da Terra, a cerca de 500 km de altitude. Essa posição estratégica minimiza a latência e permite uma comunicação quase contínua com as redes terrestres, facilitando a transição entre células e o roaming. O sistema seguirá as normas 3GPP para comunicação não terrestre (NTN), utilizando software definido por rádio (SDR) para maior flexibilidade.

Arquitetura Tecnológica do Nanosatélite

O núcleo da solução é um RFSoC (Radio Frequency System-on-Chip) da AMD, que integra conversores de dados de alta velocidade e múltiplos núcleos de processamento. Essa configuração reduz a necessidade de componentes externos e simplifica o design do sistema. A arquitetura é baseada em software de código aberto, promovendo compatibilidade e adoção por outros players do setor.

Interação com Redes Terrestres

Para garantir a integração do satélite com as redes terrestres, três estações gNB adaptadas para comunicação NTN estão sendo instaladas em Portugal. Essas estações atuarão como pontos de comunicação enquanto o satélite passa pelo território, assegurando uma transição sem interrupções. Testes em laboratório já demonstraram a viabilidade do sistema, com a transmissão de vídeo em tempo real em abril de 2025.

Um Novo Modelo de Conectividade

Este projeto se destaca por sua abordagem inovadora, que evita o uso de protocolos proprietários e a necessidade de uma densa rede de estações terrestres. Ao integrar-se com redes 5G convencionais, o nanosatélite se torna uma extensão da infraestrutura móvel terrestre, possibilitando handovers e conectividade contínua. A longo prazo, isso poderá facilitar comunicações em áreas remotas e em situações de emergência.

Inovação e Posicionamento de Portugal

Embora ainda não seja possível conectar smartphones diretamente ao satélite, a escolha por uma arquitetura aberta e a adesão a padrões globais criam oportunidades para que outros operadores adotem essa tecnologia. Isso fortalece a posição de Portugal como líder em telecomunicações espaciais na Europa, unindo pesquisa, indústria e soberania tecnológica.

Fases do Projeto

O projeto está dividido em três fases principais:

  • Fase de definição e viabilidade: já concluída, focou na definição de requisitos técnicos e análise de viabilidade.
  • Desenvolvimento e integração: em andamento, envolve a construção do hardware e a instalação das estações terrestres.
  • Lançamento e validação operacional: programado para 2027, incluirá testes em ambiente real e monitoramento de desempenho.

Desafios Técnicos e Regulatórios

A comunicação entre o satélite e a Terra enfrenta desafios como perda de sinal e sincronização de protocolos. A experimentação contínua ajudará a aprimorar os modelos de handover e a adaptação às variações de distância e velocidade. Além disso, questões regulatórias e de espectro precisam ser abordadas para garantir um uso comercial sustentável das redes espaciais.

Impacto no Setor de TI e Telecomunicações

Este avanço sinaliza uma convergência entre telecomunicações e o setor espacial, alterando a dinâmica de conectividade em regiões remotas. A adoção de sistemas abertos pode redefinir a expansão das redes e a cobertura, marcando o início de uma rede móvel global onde satélites atuam como células orbitais integradas às redes terrestres.

Fonte por: Its Show

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