Projeto chinês de data centers submersos visa combater superaquecimento e consumo energético

Projeto chinês de data centers submersos pode cortar em até 90% o consumo de energia e minimizar o superaquecimento das tecnologias.

07/10/2025 18:15

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Projeto chinês de data centers submersos visa combater superaquecimento e consumo energético
(Imagem de reprodução da internet).

Data Centers Submersos: Inovação na Infraestrutura Digital

Um projeto inovador de data centers submersos na China está atraindo a atenção do setor tecnológico global. Com o apoio do governo, a iniciativa visa resolver um dos principais problemas da era digital: o superaquecimento das instalações que suportam a inteligência artificial e a computação em nuvem.

Com o aumento da demanda por poder computacional, os data centers se tornaram essenciais para os serviços digitais, mas também são grandes consumidores de energia e água. Para enfrentar esse desafio, a China está testando a instalação de servidores no fundo do mar, nas proximidades de Xangai.

Aposta nos Data Centers Submersos

Desenvolvido pela empresa Highlander, especializada em equipamentos marítimos, o projeto conta com a colaboração de construtoras locais. Segundo a empresa, a operação subaquática oferece “vantagens inerentes” em termos de refrigeração, podendo reduzir em até 90% o consumo de energia necessário para resfriamento.

Além de melhorar a eficiência energética, a proposta também busca diminuir a pegada ambiental da infraestrutura digital. O uso das águas marinhas como meio de resfriamento elimina a necessidade de sistemas complexos de ar-condicionado, que consomem uma parte significativa da energia dos data centers tradicionais.

Experimentos e Inspirações

Embora o projeto chinês tenha ganhado destaque, a ideia de data centers submersos não é nova. Em 2018, a Microsoft realizou um experimento semelhante na Escócia, conhecido como Project Natick. Após dois anos de operação, o teste foi considerado bem-sucedido, apresentando uma taxa de falha muito menor em comparação com unidades terrestres.

A diferença principal está na escala e ambição do projeto. Enquanto o teste da Microsoft era experimental, o modelo chinês busca alcançar uma escala comercial, demonstrando a viabilidade de uma alternativa para o futuro da computação de alta performance.

Desafios Técnicos

Apesar das vantagens, o projeto enfrenta desafios técnicos significativos. A construção das estruturas ocorre em terra firme e, posteriormente, são transportadas para o fundo do mar, exigindo engenharia de precisão. O maior desafio é garantir que os compartimentos sejam selados e resistentes à água salgada, evitando corrosão e falhas elétricas.

Outro obstáculo é a manutenção das placas de vidro que protegem os servidores, que requer o uso de elevadores subaquáticos e sistemas de vedação complexos. Além disso, a conexão de rede entre o data center e a superfície exige cabos de alta durabilidade, capazes de suportar pressões e variações de temperatura.

Pesquisadores também alertam para o risco de ataques com ondas sonoras na água, uma forma de sabotagem ainda pouco explorada, mas potencialmente perigosa.

Impacto Ambiental e Preocupações Ecológicas

Embora os data centers submersos prometam maior eficiência energética, especialistas ressaltam que o impacto ambiental deve ser cuidadosamente avaliado. O calor gerado pelas máquinas pode alterar a temperatura da água e, em larga escala, afetar ecossistemas marinhos sensíveis.

Estudos preliminares indicam que, embora o efeito local possa ser pequeno, o uso intensivo de estruturas submersas em regiões costeiras pode causar desequilíbrios térmicos e comprometer espécies marinhas. O consenso científico sobre o impacto a longo prazo ainda não foi alcançado.

Competição Global pela Eficiência Energética

A busca por soluções sustentáveis na infraestrutura digital não é exclusiva da China. O aumento da demanda por inteligência artificial, processamento em nuvem e armazenamento de dados leva governos e empresas de tecnologia a buscar alternativas para reduzir custos e emissões.

Além do projeto chinês, outras iniciativas estão explorando a instalação de data centers em locais frios, como o norte da Europa, para aproveitar temperaturas naturalmente mais baixas. Há também propostas de data centers orbitais, defendidas por executivos como Jeff Bezos, que veem no espaço uma alternativa para aliviar o consumo energético na Terra.

O Futuro dos Data Centers Submersos

O projeto chinês de data centers submersos representa a busca global por inovação na infraestrutura digital. Se sua viabilidade comercial for confirmada, essa tecnologia pode transformar a maneira como os dados são armazenados e processados.

No entanto, a adoção em larga escala dependerá da superação de desafios técnicos, ambientais e de conectividade. Para especialistas, o sucesso do projeto exigirá um equilíbrio entre eficiência energética e sustentabilidade ecológica.

Fonte por: Its Show

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