Receita Federal investe em inteligência e confiança para converter dados em decisões

Receita Federal inova com inteligência artificial e confiança

A Receita Federal do Brasil (RFB) está passando por uma transformação significativa, deixando de ser vista como um órgão punitivo para se tornar um aliado dos contribuintes. Com o uso de inteligência artificial e integração de dados, a Receita busca oferecer um atendimento mais justo e transparente, promovendo a autorregulação dos cidadãos. O auditor-fiscal Pedro Frantz ressalta que a tecnologia permite separar informações relevantes, reduzindo conflitos e aumentando a confiança entre a instituição e os contribuintes.

Com uma infraestrutura tecnológica robusta, a Receita é capaz de processar um volume imenso de dados, incluindo cerca de 690 milhões de notas fiscais eletrônicas por mês e 3 bilhões de conhecimentos de transporte eletrônico anualmente. Essa capacidade exige automação e inteligência para transformar dados em decisões que gerem valor.

Inteligência artificial na fiscalização e atendimento

A inteligência artificial já está presente em diversas áreas da Receita, com mais de 40 projetos ativos que abrangem fiscalização, combate à fraude e atendimento ao cidadão. A análise de dados em larga escala e a seleção preditiva são utilizadas para identificar irregularidades de forma mais precisa. Projetos como o “Muralha Inteligente” e sistemas de raios-X em aduanas ajudam a detectar rotas suspeitas com maior eficiência.

Nos aeroportos, a Receita está substituindo a inspeção aleatória por sistemas de risco baseados em IA, permitindo que a fiscalização seja mais direcionada e menos invasiva. Além disso, a utilização de modelos de linguagem para apoiar processos jurídicos e chatbots treinados para atendimento ao público são exemplos de como a tecnologia está sendo aplicada para melhorar a experiência do contribuinte.

Infraestrutura e governança para a transformação

A transformação da Receita Federal é sustentada por uma infraestrutura sólida, a “Nuvem de Governo”, que garante controle e segurança sobre os dados públicos. O Serpro, parceiro histórico da Receita, desempenha um papel crucial nesse processo. Além da tecnologia, a capacitação em ciência de dados e a implementação de comitês éticos são fundamentais para assegurar que as soluções de IA atendam ao interesse público.

Os resultados já são visíveis, com a recuperação de R$ 12,5 bilhões e uma liberação aduaneira mais ágil. Frantz acredita que, em breve, será difícil imaginar como se trabalhava sem a inteligência artificial, assim como é hoje a reflexão sobre a vida sem a internet.

Reflexões para a liderança de TI

Para os executivos de TI, a mudança na Receita Federal representa uma transição importante de um modelo baseado em big data para um foco em inteligência aplicada. A integração entre a atuação fiscal e a governança tecnológica demonstra que é possível unir automação, transparência e segurança no setor público. As lições para o setor privado são claras: a tecnologia deve estar alinhada a um modelo de negócios ético e à experiência do usuário.

O investimento em infraestrutura soberana e a parceria com corporações públicas de TI evidenciam que a digitalização do Estado requer mais do que apenas software; é necessário garantir segurança, continuidade e uma arquitetura capaz de lidar com grandes volumes de dados de forma confiável e transparente.

Fonte por: Its Show