Cibersegurança em Sistemas Industriais: Desafios e Estratégias
A cibersegurança em sistemas industriais está em constante transformação. Com o avanço da automação, Internet das Coisas Industrial (IIoT), computação em nuvem e inteligência artificial, a operação de infraestruturas críticas se tornou mais eficiente, mas também mais vulnerável a ataques cibernéticos.
O ambiente industrial, que antes era isolado, agora é altamente conectado, com sensores e sistemas de supervisão trocando dados em tempo real. Essa conectividade, embora traga agilidade, expõe as operações a novos riscos, onde cada dispositivo conectado pode ser uma porta de entrada para ameaças.
A Nova Abordagem da Cibersegurança OT
A cibersegurança em tecnologia operacional (OT) evoluiu de um conjunto de ferramentas defensivas para uma disciplina estratégica que integra tecnologia, operações e negócios. O foco não é apenas evitar ataques, mas garantir a resiliência, que envolve a capacidade de prevenir, resistir, responder e se recuperar de incidentes.
Relatórios recentes destacam a urgência dessa questão. Estima-se que as perdas anuais com violações relacionadas à OT possam ultrapassar US$ 329 bilhões, com US$ 172 bilhões associados à interrupção de negócios. Além disso, 91% das empresas com sistemas de tecnologia operacional relataram violações nos últimos 18 meses, evidenciando que a questão não é se haverá um ataque, mas sim como a operação reagirá a ele.
Desafios da Segurança em Ambientes Industriais
Em um cenário de transformação digital acelerada, as práticas tradicionais de segurança de TI não se aplicam totalmente à OT. Os sistemas industriais requerem alta disponibilidade, baixa latência e compatibilidade com equipamentos legados, tornando a aplicação de patches e atualizações uma tarefa complexa. Assim, é essencial mudar o foco da prevenção para a resiliência operacional.
Pilares da Resiliência Cibernética
A resiliência cibernética se fundamenta em quatro pilares principais:
- Segurança por Design: A cibersegurança deve ser incorporada desde o início de um projeto, utilizando princípios de Secure by Design e Secure by Default para minimizar vulnerabilidades.
- Zero Trust: O modelo de confiar em quem está dentro da rede foi superado. A abordagem Zero Trust exige autenticação forte e controle granular de acessos, eliminando pontos únicos de falha.
- Integração entre TI e OT: A convergência entre tecnologia da informação e tecnologia operacional deve ser gerida de forma coordenada, garantindo que os riscos de um ambiente não afetem o outro.
- Cultura de Cibersegurança: É fundamental que todos os colaboradores compreendam seu papel na defesa cibernética, tornando a segurança parte da rotina operacional.
O Futuro da Cibersegurança Industrial
Normas como IEC 62443 e IEC 62351 apoiam essa nova abordagem, servindo como guias de maturidade para alinhar práticas e padronizar a proteção de ativos críticos. O futuro da cibersegurança industrial não se resume a firewalls ou detecção de intrusões, mas sim na integração inteligente entre tecnologia, pessoas e processos.
As organizações devem se perguntar não apenas como evitar o próximo ataque, mas quão preparadas estão para continuar operando quando ele ocorrer. A resiliência cibernética se tornou o verdadeiro indicador de maturidade em sistemas industriais, representando continuidade, confiança e liderança em um mundo cada vez mais interconectado.
Fonte por: Convergencia Digital
