Superaquecimento se torna risco global para data centers na era da IA

O crescimento da inteligência artificial gera estresse térmico nos data centers devido à alta demanda por energia e infraestrutura digital.

01/12/2025 20:10

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Data center verde, RT One, renovável

O Estresse Térmico nos Data Centers com a Ascensão da Inteligência Artificial

A rápida evolução da inteligência artificial (IA) está gerando um novo desafio para os data centers: o aumento da temperatura. A expansão da infraestrutura digital, impulsionada pela terceirização de armazenamento e pela intensificação das cargas de trabalho de IA, elevou a demanda por energia e complicou a manutenção de ambientes estáveis, essenciais para evitar falhas.

Recentemente, um incidente nos data centers da CyrusOne nos Estados Unidos destacou essa questão. Um problema no sistema de resfriamento resultou na interrupção das operações do CME Group, o maior operador de bolsas do mundo, afetando negociações em diversas áreas. A empresa está trabalhando para restaurar a capacidade térmica da instalação próxima a Chicago.

Esse evento, raro em um setor que opera com contratos exigindo disponibilidade acima de 99,99%, ressalta a crescente preocupação com a incompatibilidade entre as intensas demandas de IA e os sistemas de resfriamento projetados para cargas anteriores.

Por que os Servidores Aquecem Tanto?

Os servidores dedicados à IA e à nuvem utilizam processadores de alto desempenho, GPUs e aceleradores que consomem grandes quantidades de energia. O calor gerado por esses componentes se acumula rapidamente em racks densos, tornando os métodos tradicionais de refrigeração baseados em ar insuficientes.

Especialistas afirmam que os chips devem operar dentro de faixas de temperatura muito restritas. Qualquer variação pode resultar em desligamentos automáticos, falhas ou degradação do hardware, um risco que se intensifica com a migração para modelos de IA generativa e cargas distribuídas que exigem processamento em larga escala.

Novas Estratégias de Resfriamento

Para enfrentar esses desafios, os operadores de data centers estão adotando novas abordagens. O resfriamento líquido, utilizando água ou fluidos especializados, surge como uma solução eficiente, superando em milhares de vezes a capacidade de dissipação térmica do ar. No entanto, sua implementação apresenta desafios, como vazamentos, corrosão e a necessidade de manutenção especializada.

Além disso, há uma crescente preocupação com o impacto ambiental. Sistemas de resfriamento líquidos podem demandar grandes volumes de água, levando empresas como a Microsoft a desenvolver arquiteturas de “zero consumo hídrico”, que reutilizam a água em um circuito fechado entre servidores e chillers.

Outra estratégia é a recuperação do calor excedente, que pode ser redirecionado para aquecimento de edifícios ou redes urbanas, uma prática já testada em data centers na Europa.

Impacto das Falhas de Resfriamento

Embora interrupções causadas por problemas de resfriamento sejam raras, especialistas alertam que a combinação de IA e cloud computing elevou essa questão à agenda estratégica de fornecedores, investidores e reguladores. Estima-se que até 40% do consumo energético total de um data center seja destinado ao resfriamento, o que explica o crescente interesse por aquisições e parcerias nesse setor.

Embora falhas térmicas sejam pouco frequentes, quando ocorrem, geralmente estão ligadas a eventos extremos ou picos de carga inesperados. O aumento da demanda por soluções de resfriamento eficientes é, portanto, uma prioridade para garantir a continuidade das operações nos data centers.

Fonte por: It Forum

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