Tecnologia promete tornar reforma tributária mais eficiente e previsível
IT Forum Na Mata CEO inicia com debate sobre reforma tributária e Emenda Constitucional nº 132 nos dias 13 e 14 de outubro.

IT Forum Na Mata CEO discute reforma tributária
O IT Forum Na Mata CEO, realizado nos dias 13 e 14 de outubro, iniciou sua programação com um debate sobre a reforma tributária, um tema crucial para o ambiente empresarial brasileiro. O evento reuniu líderes para analisar as implicações da Emenda Constitucional nº 132, que altera o sistema de tributos sobre consumo, impactando diversos setores da economia.
Durante a apresentação, Gabriela Freire e Cássio Zocolotti, sócios do escritório LJCF, discutiram os efeitos econômicos e operacionais da nova estrutura fiscal, especialmente para empresas que operam sob os regimes do Lucro Presumido e Simples Nacional. Gabriela destacou as principais mudanças, que incluem a substituição de cinco tributos atuais por três novos impostos.
Novos impostos e cronograma de implementação
As mudanças introduzidas pela reforma incluem a criação de:
- Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) — de competência federal;
- Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) — de competência compartilhada entre estados e municípios;
- Imposto Seletivo (IS) — aplicado a produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente.
A transição para o novo sistema será complexa, ocorrendo entre 2026 e 2033, período em que as empresas precisarão operar com dois regimes tributários simultaneamente. Gabriela enfatizou a importância de planejamento e tecnologia para evitar passivos e otimizar créditos tributários.
O cronograma de implementação prevê:
- 2026: início da cobrança do CBS (0,9%) e do IBS (0,1%);
- 2027: extinção de PIS e COFINS, redução das alíquotas do IPI e início da CBS integral;
- 2029 a 2032: transição das alíquotas de ICMS e ISS para o IBS;
- 2033: vigência integral do novo modelo, com extinção do ICMS.
Desafios e oportunidades na reforma tributária
A reforma tributária traz desafios operacionais e tecnológicos, exigindo maior transparência fiscal e digitalização. As empresas precisarão detalhar em seus orçamentos o valor dos produtos e serviços, além dos impostos cobrados. Isso requer investimentos em sistemas de gestão e tecnologia para garantir a precisão das informações e o compliance em tempo real.
Zocolotti destacou que o fluxo de caixa das empresas também será afetado, pois a nova estrutura elimina mecanismos de financiamento indiretos e exige o pagamento antecipado dos tributos. As empresas precisarão ser mais eficientes em planejamento fiscal e controle financeiro.
Inovação e competitividade no cenário tributário
Gabriela incentivou os líderes a verem a reforma como uma oportunidade para inovação e eficiência. A necessidade de maior controle fiscal pode impulsionar a busca por processos mais produtivos e soluções digitais que ajudem as empresas a se adaptarem rapidamente. A reforma não é apenas uma mudança de alíquotas, mas uma transformação cultural na forma como as empresas brasileiras lidam com tributos e tecnologia.
Os executivos ressaltaram que estamos diante de uma oportunidade única para construir uma relação mais inteligente entre empresas e Estado, o que pode resultar em um Brasil mais competitivo no futuro.
Fonte por: It Forum