Zero Trust se torna essencial devido ao aumento de ataques cibernéticos, revela Computerworld

Zero Trust se estabelece como estratégia crucial para combater ataques cibernéticos, apoiada por microsegmentação, IAM e verificação contínua.

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Representação gráfica do modelo Zero Trust com microsegmentação e verificação contínua em rede corporativa.

Representação gráfica do modelo Zero Trust com microsegmentação e verificação contínua em rede corporativa.

Adoção do Modelo Zero Trust nas Empresas

A crescente sofisticação dos ataques digitais e a expansão das operações corporativas para ambientes distribuídos estão impulsionando a adoção do modelo Zero Trust em empresas de diversos tamanhos. Levantamentos indicam que mais da metade das organizações já implementaram essa abordagem ou estão em fase de testes, em um cenário que apresenta superfícies de ataque ampliadas, maior dependência da nuvem e a integração contínua de dispositivos pessoais e IoT nas rotinas de trabalho.

Com a frequência e a dinâmica dos ataques aumentando, 98% dos CISOs preveem um crescimento significativo na necessidade de estratégias que priorizem a validação contínua, segmentação avançada e redução de privilégios. O modelo Zero Trust abandona a defesa tradicional baseada em perímetro e adota verificações constantes, partindo do princípio de que um invasor pode já estar dentro da rede.

A Mudança Estrutural na Defesa Corporativa

A adoção do Zero Trust não se restringe a tecnologias específicas, mas representa uma abordagem abrangente de segurança, alinhada à maturidade operacional das organizações. Essa metodologia foca na verificação contínua da identidade de usuários, serviços, dispositivos e aplicações, atuando em camadas que vão além do firewall ou do endpoint.

O modelo considera que violações podem ocorrer a qualquer momento, exigindo controles que previnam movimentações laterais e reduzam a exposição. Essa perspectiva é especialmente crítica em ambientes onde colaboradores acessam dados sensíveis de múltiplas plataformas e dispositivos.

Os impactos de ataques bem-sucedidos evidenciam o custo da falta de mecanismos robustos. Casos como o da Equifax demonstram como uma única vulnerabilidade pode resultar em prejuízos bilionários, aumentando a atenção dos CISOs e conselhos na mitigação estruturada de riscos.

Por Que Medidas Convencionais Já Não São Suficientes

Estratégias baseadas apenas na defesa de perímetro não atendem à complexidade atual das ameaças. Golpes de phishing, acesso a contas privilegiadas, softwares vulneráveis e dispositivos não gerenciados criam múltiplos pontos de entrada para os atacantes. Uma vez dentro da rede, agentes maliciosos buscam escalar privilégios e se mover lateralmente para acessar ambientes críticos.

Com a expansão do trabalho remoto e a proliferação de dispositivos conectados, a probabilidade de exploração aumenta. Nesse contexto, controles baseados em microverificação contínua e segmentação granular se tornam essenciais para evitar que uma violação isolada comprometa toda a infraestrutura.

A Importância da Microsegmentação e do Acesso Mínimo

A microsegmentação é um dos pilares fundamentais dessa abordagem. Ao dividir a rede em blocos independentes e controlados, ela impede que um invasor circule livremente após comprometer um dispositivo ou usuário. Por ser definida por software, pode ser rapidamente ajustada em resposta a novas ameaças.

Além disso, políticas de acesso mínimo reduzem significativamente o impacto de credenciais comprometidas. A concessão de privilégios se torna contextual, baseada em identidade, status do dispositivo e comportamento dinâmico.

Soluções de gerenciamento de identidade e acesso (IAM) reforçam essa lógica, garantindo que apenas usuários autorizados tenham acesso a recursos específicos e que cada solicitação seja avaliada de acordo com o risco.

A Camada Adicional de Proteção com MDR

A detecção e resposta gerenciadas (MDR) constituem uma camada adicional importante, atuando ativamente na identificação de movimentos suspeitos. Combinando telemetria de endpoints e análises de rede, a MDR bloqueia comportamentos anômalos antes que possam causar danos significativos.

Esses controles funcionam de maneira dinâmica, adaptando-se ao contexto e avaliando continuamente a integridade dos dispositivos. A detecção precoce permite interromper ações maliciosas antes que comprometam dados críticos ou causem indisponibilidade.

O Papel das Regulamentações Internacionais

A crescente exigência regulatória também impulsiona a adoção do modelo Zero Trust. Diretrizes como a NIS2 da União Europeia tornam obrigatória a implementação de controles baseados no paradigma de confiança mínima. As organizações devem considerar possíveis violações como uma realidade constante e estabelecer planos concretos de contenção, auditoria e resposta.

Essa tendência regulatória tende a se fortalecer globalmente, especialmente em setores críticos como energia, finanças, telecomunicações e saúde. No Brasil, iniciativas de governança digital e proteção de dados estão aumentando a pressão sobre as cadeias de fornecedores.

Um Caminho Contínuo, Não um Projeto Isolado

O modelo Zero Trust deve ser encarado como uma jornada evolutiva. À medida que tecnologias e ataques se transformam, políticas, ferramentas e métodos de verificação precisam acompanhar essa evolução. A construção dessa maturidade envolve monitoramento contínuo, capacitação das equipes, revisões frequentes de acesso, automação e alinhamento com os objetivos de negócio.

A maturidade não depende apenas de ferramentas, mas também da cultura organizacional. Empresas que adotam uma mentalidade de inspeção contínua e proteção preventiva conseguem reduzir significativamente o tempo de resposta, aumentar a resiliência e mitigar riscos de forma consistente.

Um Imperativo para Segurança Moderna

Diante do crescimento exponencial das ameaças e da ampliação de ambientes híbridos, a adoção do modelo Zero Trust se torna uma necessidade inegociável. Essa abordagem fortalece o controle, reduz superfícies expostas e prepara as empresas para lidar com violações inevitáveis de maneira mais rápida e eficaz.

Fonte por: Its Show

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